Eternidade

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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A cura em nossas mãos



A proliferação das enfermidades de todo tipo é uma das características de mundos em níveis de atraso moral-espiritual, ou seja, de mundos de provas e expiações, como o nosso.

Com o avanço do conhecimento humano nas experiências extrafísicas, a cura vai se tornando algo natural, perfeitamente exequível, por se encontrar dentro de nós o mecanismo que, devidamente acionado, proporcionar-nos-á a obtenção da tão ambicionada saúde.

Vemos assim que a cura se dará sempre não do exterior para o interior, mas deste para aquele, ou seja, justamente no sentido inverso do que sempre foi imaginado.

Atentemos para o fato de que, mesmo na área da medicina convencional, a cura, processando-se tanto no físico quanto no âmbito psicológico, o paciente não está indene à recidiva, caso não adote uma nova conduta, novos hábitos, os quais haverão de estar estruturados na vivência evangélica.

As experiências difíceis são uma necessidade evolutiva, precisam ser bem vividas, e em sendo bem dimensionadas e compreendidas, ensejar-nos-ão equilíbrio e bem-estar físico e sobretudo espiritual. Saibamos retirar lições contidas nas amargas experiências. Elas existem nas circunstâncias que as engendraram, cujos principais antagonistas fomos nós mesmos.

Cada criatura carrega a sua própria dor, precisa sofrê-la num processo todo de libertação. Ouçamos Divaldo Pereira Franco: “A dor de qualquer natureza é sempre bênção para quem a sabe usar com sabedoria. Na atual larga experiência que vamos galgando temos vivido dores, e elas vão se constituindo companheiras constantes.

Quando não é de uma é de outra natureza. Aprendemos, porém, no silêncio e na oração, a confiar e prosseguir sorrindo, sem deixar-nos abater ou demonstrar ressentimento, apresentar defesa. O melhor é fazermos como JESUS, permanecendo de consciência tranquila e aproveitar as ocorrências difíceis, e delas extrairmos experiências para o aprimoramento interior. Desta forma, as dores físicas e morais são as irmãs socorristas que nos distendem as mãos, levando-nos adiante”. Tipo de filosofia de vida que se aplica, bem sabemos, a uma minoria capacitada a vivê-la. Entretanto, todos chegaremos lá.

De várias maneiras podemos tornar suportável a nossa dor: rebelando-nos contra ela, torná-la-emos maior; entregando-nos à desesperação, a aflição aumentará; permitindo que o desânimo se apodere de nós, incapacitando-nos de superá-la; deixando-nos dominar pela mágoa, pela reclamação e pelo conceito de “vítima do destino”, mais rude, mais cruel ela se nos apresentará.

Aceitando-a, no entanto, logo a debelaremos pela sua própria condição de naturalidade, e por ela se encontrar nos mecanismos evolucionistas da Lei Maior. É transitória, enfim, sem realidade objetiva. Ela é e será sempre a ausência do bem-estar que existe para ser por nós fruído.

“A psiconeuroimunologia demonstra que cada um é, na área da saúde, aquilo que pensa e quanto se faz de si mesmo”, assevera Joanna de Ângelis. Somos o que pensamos, isto é indiscutível.

Curar-se vai sendo, para nós, pois, a resultante da nossa integração nos profundos mecanismos da vida, onde preponderam as ações do Eterno Bem. A ELE temos de nos agregar em definitivo.

Como toda cura procede de DEUS, curar e curar-se vai sendo um ato de amor, uma vivência do amor, em nós e no outro.

Para o cristão espírita as debilidades do semelhante passam a ser dele, e nessa associação de desejos de bem-estar global, vamos encontrando a plenitude de viver e de conviver, com tudo e com todos, alegres e felizes onde estamos e com quem nos relacionamos.

O encontro da paz, condição almejada pelo homem na Terra, é estado íntimo propiciado pela cura que realizarmos em nós, e ela é também a harmonização nossa entre o desenvolvimento da razão e do sentimento. Estes dois fatores estão no cerne da evolução humana.

Curar-se, por tudo quanto vamos tomando conhecimento e elucubrando, é mergulho no equilíbrio, na harmonia da vida Cósmica. É, enfim, AMAR e ser AMADO.

Primarismo da vida e fase puramente instintiva são estados do passado do homem, os quais vão sendo mais e mais sepultados, para que em seus lugares surja o homem senciente partícipe integral da vida, todo sentimento, fraternidade, caridade, trabalho profícuo e amor por ele mesmo e pelo próximo com total desinteresse.

JESUS, em suas curas, usou o que Joanna de Ângelis chama de AMORTERAPIA,  que naturalmente se acha ao nosso alcance, quando nos dispomos a encontrá-lo. Não somente nos curaremos de uma ou de outra enfermidade como também fortaleceremos nosso sistema imunológico, liberando-nos de novos comprometimentos, ainda mais se entendemos JESUS ao pronunciar: “...e não tornes a pecar para que não te aconteça algo pior”.

Nosso organismo é excelente máquina, sensível e delicada, sempre pronta a obedecer aos impulsos que a ele enviarmos através da mente: se positivos, sentiremos bem-estar; se negativos, favoreceremos a indisposição.

O corpo humano é suscetível de recompor-se quanto de desarranjar-se, dependendo daquilo que fazemos da nossa mente.

Finalizemos com Joanna de Ângelis: “As pessoas irascíveis, realistas-fatalistas, que conduzem azedume e pessimismo, assinalados pelas constantes mudanças de humor, produzem enzimas perniciosas, que irão abrir campo para a invasão orgânica dos elementos microbianos destrutivos. Ao Inverso, aquelas que elaboram pensamentos otimistas, confiantes, alegres, solidários, estimulam o sistema psiconeuroimunológico, tornando-se resistentes às viroses e baciloses degenerativas. E mesmo quando são vitimadas por enfermidades dessa procedência, recompõem as defesas orgânicas e restauram a saúde”. MEDITEMOS!

(Artigo originalmente publicado na Revista Internacional de Espiritismo em março de 1999).

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