Eternidade

Eternidade

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Mundo de Provas e Expiações



As épocas de transição na Humanidade. (Sociedade Espírita de Paris, 19 de junho de 1863. - Médium, Sr. Alfred Didier.)
 

Os séculos de transição na história da Humanidade se assemelham a vastas planícies semeadas de monumentos misturados confusamente sem harmonia, e a harmonia mais pura, a mais justa, existe no detalhe e não no conjunto. 

Os séculos abandonados pela fé, pela esperança, são sombrias páginas em que a Humanidade, trabalhada pela dúvida, se mina surdamente nas civilizações aperfeiçoadas, para chegar a uma reação que, o mais freqüentemente, as levaria, para substituí-las por outras civilizações.

 
Os pesquisadores do pensamento, mais do que os sábios, aprofundam na nossa época, no ecletismo racional, esses misteriosos encadeamentos da história, essas trevas, essa uniformidade lançada como nevoeiros e nuvens espessas sobre civilizações há pouco tempo vivazes e férteis.

 
Estranho destino dos povos! É quase no nascimento do Cristianismo, é nas mais opulentas cidades, sedes dos maiores bispados do Oriente e do Ocidente, que os estragos da decadência começam; é no próprio meio da civilização, do esplendor inteligente das artes, das ciências, da literatura e dos ensinos sublimes do Cristo, que começa a confusão das idéias, as dissensões religiosas; é no próprio berço da Igreja romana, orgulhosa e soberba do sangue dos mártires, que a heresia, gerada pelos dogmas supersticiosos e as hierarquias eclesiásticas, se insinuam como uma serpente iminente para morder no coração a Humanidade e lhe infiltrar nas veias, no meio de desordens políticas e sociais, o mais terrível e o mais profundo de todos os flagelos: a dúvida.

 
Esta vez a queda é imensa, a apatia religiosa dos padres, unida aos fanáticos heresiarcas, tira toda a força à política, todo amor ao país, e a Igreja do Cristo se torna humana, mas não mais humanitária.

 
E inútil aqui, creio, apoiar sobre as relações assustadoras dessa época com a nossa; vivendo ao mesmo tempo com as tradições do Cristianismo e com a esperança do futuro, os mesmos abalos sacodem nossa velha civilização, as mesmas idéias são partilhadas, e a mesma dúvida atormenta a Humanidade, sinais precursores da renovação social e moral que se prepara. Ah! orai, Espíritas, vossa época atormentada e blasfematória e uma rude época, que os Espíritos vêm instruir e encorajar.

 
Ditado por LAMENNAIS.
Fonte: História do Espiritismo, Luciano Dudu

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Arte Espírita




"Sim, certamente, o Espiritismo abre à arte um campo novo,
imenso e ainda inexplorado;


e quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção,
haurirá nessa fonte as mais sublimes inspirações [...]."



Allan Kardec  -  Obras Póstumas

domingo, 27 de outubro de 2013

Simão (O Cireneu)


Os evangelistas, ao relatarem os fatos da prisão à morte de Jesus, omitem pormenores macabros. Percebe-se que estão claramente interessados em salientar o essencial na trágica ocorrência: a serenidade do Mestre, um pensamento de conforto para as lágrimas das mulheres de Jerusalém, uma lembrança para sua mãe e o discípulo ao pé da cruz, o perdão aos responsáveis pela sua morte, uma frase de conforto aos desditosos a seu lado.

Do vale de Tiropeion, onde foi condenado, Jesus percorreu subindo, com o patíbulo aos ombros, meio quilômetro em linha reta, até chegar a saliência da rocha conhecida como Crânio, por causa de sua forma lisa e arredondada. (Calvarium em latim, Golgota em aramaico).

Possivelmente por terem dado ênfase ao que mais impressionou no Celeste Amigo, desde o momento da prisão, o julgamento arbitrário e a execução da sentença infamante, é que igualmente foram lacônicos quanto a um personagem daqueles momentos.

Mateus (27:32), Marcos (15:21) e Lucas (23:26) dedicam um versículo ao episódio, limitando-se a escrever que "encontraram um homem de Cirene, chamado Simão; e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus"; "e obrigaram um certo homem, que ia passar, Simão de Cirene, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a tomar a cruz de Jesus"; "agarraram um certo Simão Cireneu, que voltava do campo; e puseram a cruz sobre ele, para que a levasse após de Jesus".

Cirene era uma colônia agrícola da Grécia, de acesso quase impossível pela presença rival de Cartago. Situada na costa líbia, foi construída no ano 631 a.C e teve grande vitalidade. Desde o ano 75 a.C. passou a ser província romana e ali moravam muitos judeus.

Homem do campo e do trabalho rude, não gostava de ajuntamentos e confusões. Embora não odiasse os romanos, por instinto e sistema não queria jamais ter nada a ver com a autoridade, nem com a justiça, nem com o exército.

Pouco se sabe a respeito dele. Os Evangelhos não nos permitem elucubrações mais profundas a respeito de sua personalidade.

Homem de Cirene, Cireneu, ou Simão, como o denominam Marcos e Lucas, foi requisitado por um oficial romano a carregar a cruz do prisioneiro que, enfraquecido, sucumbia no caminho, àquele peso. Como representante da autoridade, o procurador Pôncio Pilatos, o militar tinha aquela prerrogativa.

Tudo que lhe envolve a vida permanece na obscuridade, o que com certeza inspirou a um italiano escrever a respeito do que teria ocorrido ao Homem de Cirene, após o contato com o Mestre de Nazaré.

Permitimo-nos, aqui, ao sabor do que o próprio escritor denominou de "lenda", apresentar uma versão tocada da gratidão Daquele que é nosso Modelo e Guia.

Simão vinha do campo e pretendia entrar em Jerusalém, rumo à sua casa, naquele dia. Viu o cortejo, tendo à frente soldados romanos a pé e a cavalo, conduzindo condenados ao suplício.

Um deles caiu de mau jeito, já incapaz de carregar a cruz. Simão, porque não pudesse passar através da multidão, parou de encontro ao vão de uma porta. Foi então que o centurião o descobriu e percebendo que ele era forte, chamou-o com a mão e com a voz.

A uma ordem assim dada não havia como se esquivar. Resmungando intimamente, o Cireneu acomodou sobre o ombro o instrumento de suplício e se encaminhou para a frente, ansioso por se libertar daquela carga e da raiva.

O condenado apresentava um rosto abatido, empapado de suor e riscado de filetes de sangue.

A cruz pesava, sobre os ombros fortes de Simão. Enquanto caminhava, esquivando-se olhar o prisioneiro, pois não suportava sangue, começou a pensar na sua vida.

Em seu pequeno campo, a água era escassa, os ratos tinham causado dano à cevada. Seu filho mais velho, Alexandre, estava muito mal e ele ainda deveria providenciar o necessário para a Páscoa.

Viera de sua nativa Cirene há poucos anos. Não conhecia quase ninguém na Cidade Santa. Desconhecia os acontecimentos daquele dia, não sabia quem era o prisioneiro.

Mal chegou ao Calvário, desceu a cruz e dando-se conta que ninguém mais atentava para ele, esgueirou-se por entre os ajuntamentos de pessoas e demandou a casa.

A caminho, já imaginava o que lhe diria a mulher, sempre pronta a repreender e a se inflamar. Preparou-se para o temporal e ao chegar, antes que ela pudesse abrir a boca, pôs-lhe docemente uma das mãos no ombro, uma daquelas mãos que tinham mantido e agarrado o lenho destinado ao Galileu.

Mikal olhou o marido calma e falou de forma pacífica, o que o deixou surpreso. Depois, Simão foi para o quarto do filho Alexandre que parecia dormir, dominado pela febre. Quando o rapaz, ainda meio adormecido, porque respirasse mal, fez menção de se levantar, o pai o envolveu com os dois braços, aconchegou-o ao peito, buscando melhor acomodá-lo no leito.

Seus filhos eram seus maiores amores. Alexandre pareceu se sentir melhor ao contato da espádua do pai. Simão a sentia mortificada pelo peso da cruz, mas não teve coragem de afastar o filho daquele aconchego.

Horas depois, a febre se fora e a casa respirava alegria. O que estava acontecendo é o que a esposa desejava saber. O marido estava diferente.

Naquele final de tarde, um devedor de muito tempo veio à casa e, com desculpas pela demora, agradecendo pelo favor e a paciência, pagou integralmente a dívida.

Dias mais tarde, um rapaz jovem e uma mulher foram procurar Simão. Ele fora reconhecido e indicado como quem auxiliara Jesus a carregar a cruz. A mulher chamava-se Maria e vinha agradecer, beijando as mãos misericordiosas do benfeitor de seu filho.

Simão ficou sabendo, então, quem havia auxiliado e começou a pensar nas tantas bênçãos que recebera desde então.

Não passou muito tempo para que discípulos ou inimigos do Nazareno o procurassem, desejando ouvir detalhes.

E porque não apreciasse a curiosidade ou porque, cavando um novo poço, encontrara uma ânfora com moedas e jóias e desejava gozar em paz o tesouro, decidiu abandonar Jerusalém.

Vendeu o campo, a casa, e com a mulher e os filhos partiu para a capital do Império.

Graças ao seu labor, o tesouro se multiplicou. Em sua família, ocorreu uma profunda revolução espiritual. Mikal e os filhos foram conquistados pela palavra de um certo Paulo de Tarso e se tornaram cristãos.

A casa de Simão se tornou ponto de Encontro dos novos adeptos e não tardou que a história de seu encontro com Jesus viesse à tona. Por mais se esquivasse, de início, logo estava sentindo prazer em relatar pormenores que, diga-se, não eram muitos.

Mas, afirmava-se agradecido, das bênçãos que passara a gozar e que ele reportava exclusivamente à bondade do Mestre da Cruz.

Angariou notabilidade na comunidade cristã, embora não se considerasse verdadeiramente cristão.

Na primeira perseguição aos cristãos, ele foi preso. Todas as provas eram contra ele. Ele chegara a carregar a cruz para o seu Mestre.

E, numa noite, ele foi pendurado a uma cruz, teve seu corpo untado de betume e ardeu como um archote para iluminar os jardins do Imperador.

A província romana de Cirene deu alguns filhos ilustres ao mundo como Jason, que escreveu importante descrição sobre a rebelião dos Macabeus, e Lúcio, pregador na comunidade cristã de Antioquia.

"...mas, nenhum deles conseguiu o galardão que aquele anônimo trabalhador alcançou, ao cooperar com Jesus Cristo, sem sequer conhecê-Lo, naqueles momentos de testemunho e de definição muito graves." 


Matéria publicada no Jornal Mundo Espírita - agosto/2004

Bibliografia:
01. GAROFALO, S. et al. Morrer em uma cruz. In:___. Vida de Cristo. São Paulo: PAULINAS, 1982. cap. 16.
02. PAPINI, Giovanni. O cireneu. In:___. As testemunhas da paixão - sete lendas do evangelho. São Paulo: SARAIVA, 1950. cap. 4.
03. ROHDEN, Huberto. Caminho do Calvário. In:___. Jesus nazareno. 6.ed. São Paulo: União Cultural. v. 2, cap. 187.
04.TEIXEIRA, J. Raul. Jesus e o cireneu. In:___. Vida e mensagem. Pelo espírito Francisco de Paula Vítor. Niterói: FRÁTER, 1993. cap. 9.
05.VAN DER OSTEN, A . José. In:___. Dicionário enciclopédico da bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985, verbetes Cirene e Simão.
06.ENCICLOPÉDIA Mirador Internacional. Rio de Janeiro: Britannica, 1986. v. 10, verbete Grécia 1.50 e 3.7.6.

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Extraído de Núcleo Espírita Verbo de Luz 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Pesquisa Espírita




De acordo com o conteúdo da Doutrina Espírita, a afirmação:  

“Apenas não desejar o mal aos nossos inimigos já é um ato caridoso”, é verdadeira ou falsa? // 

R: Falsa. Não desejar o mal aos seus inimigos é ser apenas meio caridoso. A verdadeira caridade quer que lhes almejemos o bem e que nos sintamos felizes com o bem e o progresso de pessoas com quem temos alguma diferença. Não desejar o mal, apenas, é uma postura cômoda e que alimenta ainda mais a existência de sentimentos mesquinhos, tais como o orgulho e a arrogância. Desta forma, como chegaremos ao progresso se não trabalharmos, na condição de encarnados, essas tendências primitivas?


Fonte: Rádio Rio de Janeiro

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Luz Espiritual


O Mundo Espiritual



O universo é constituído de ondas, mentes, vibrações, energia em diferentes manifestações. Tudo obedece a uma ordem fundamental implícita, que se torna explícita, detectada por instrumentos sensíveis, assim como pelos seres sencientes, especialmente a criatura humana, que a pouco e pouco, penetra-lhe a casualidade, entendendo as múltiplas combinações nas quais se expressa através do campo das formas. 

Desse modo, tudo quanto é detectável constitui materialização do que não é perceptível. O que existe como real é condensação de vibrações que parecem encontrar-se no irreal.

A matéria é, portanto, o resfriamento da energia, enquanto essa é a descontinuidade da matéria.

O caos resulta da perpétua transformação imposta pela lei da entropia a todas as formas explícitas.

A Terra, na sua condição de planeta habitado, qual ocorre em outros astros e sistemas solares, é uma cópia imperfeita do mundo espiritual, que lhe é causal.

Tudo quanto existe no plano físico é condensação da energia que procede da Causa Implícita.

Assim, a vida verdadeira, porque permanente, é a espiritual, de onde procedem todos os seres para a qual retornam após o fenômeno da morte orgânica.

Esse mundo espiritual é vibratório, verdadeiro e não apenas conceptual, imaginativo. Original, nele plasmam as mentes as suas necessidades, criando regiões pulsantes de vida, que na Terra se apresentam copiadas, em contínuos processos de aprimoramento.

As sociedades que os habitam diferenciam-se pelos graus de evolução e pelos níveis de aperfeiçoamento nos quais se encontram. Multiplicam-se, infinitamente, desde as mais grosseiras, criadas pelas mentes culpadas em fenômenos de depuração, até as sublimes e plenificadoras, onde vivem os Espíritos felizes.

A energia que constitui o mundo espiritual é facilmente plasmável pelo psiquismo, conforme o seu teor vibratório, que é consequente do seu estado de evolução. Os mais elevados programam e executam o trabalho de edificação de cidades e comunidades gigantescas, ordeiras, sem os atropelos que caracterizam o primarismo e a ignorância dos seres físicos.

Os entes se amam e se respeitam nas regiões nobres, onde predominam o bem, a beleza, a verdade, trabalhando pelo progresso daqueles que estagiam na retaguarda evolutiva. Nelas não existe a violência de qualquer espécie, as conquistas são pessoais, intransferíveis, e dão-se através do estudo incessante, do trabalho e da observância das Leis. Todos se identificam pelas suas afinidades e conveniências, elegendo a área de desenvolvimento cultural, científico, tecnológico ou religioso que melhor lhes apraz.

A essas comunidades são conduzidas, com frequência, as pessoas interessadas no crescimento interior e na atividade de auxiliar o progresso humano, ali haurindo informações e descobrindo novos caminhos, novas artes e culturas que trazem para o planeta terrestre, permanecendo psiquicamente vinculadas aos seus inspiradores, que as ajudam a concretizar o que viram e aprenderam.

Obras de arte, de engenharia, descobrimentos científicos e tecnológicos humanos vieram dessas comunidades espirituais de onde procedem os seres criadores e inventores que deram início ao processo de renovação e de desenvolvimento da sociedade.

Academias e universidades, centros de pesquisas, bibliotecas complexas e aparelhadas, núcleos de fé se multiplicam além da esfera física, nos países espirituais e suas colônias, promovendo o ser cada vez mais e auxiliando-o na ascensão. Quando as calamidades assolam o mundo eles se reúnem e tomam providências
que minimizam as dores, reconhecendo que esses infortúnios fazem parte do processo de elevação humana, como decorrência do estágio em que a criatura se encontra, ou por efeito cármico da sua irresponsabilidade. Conhecem a lei na qual o aparente mal, quando o bem aceito e vencido, propicia um bem real.

Quando próximos da Terra os núcleos, beneficiam-se com as dádivas do Sol e da Lua, vislumbrando o mesmo mapa sideral, porém mais amplo, transparente e belo, do que aquele que se vê na Terra.

Veículos de condução rápida transitam sem barulho, poluição ou perigo, encurtando distâncias para quem ainda não conseguiu o controle da mente para o mecanismo da volição.

Vegetais e aves canoras, ricos de beleza e originalidade, habitam e vivem nesses núcleos intermediários, porque o progresso é incessante.

Construções originais, sem exotismos ou excessos desnecessários em flagrante desrespeito à estética, à arte elevada, constituem residências e complexos administrativos, culturais, religiosos, comunitários, onde os relacionamentos se estreitam, as permutas se fazem.

Jesus Cristo e os grandes inspiradores de religiões são amados, conforme as afinidades pessoais, sendo o Mestre Galileu destacado na Sua condição de Guia do planeta terrestre.

O Supremo Criador é venerado e todos O buscam através dos padrões de fé a que se vinculam.

Há também, como é natural, mundos espirituais inferiores, nas faixas subterrestres, na superfície do planeta e em sua volta mais próxima. São os lugares de reeducação moral e espiritual, conhecidos historicamente pelas religiões como tenebrosos purgatórios, infernos, sendo que são sempre transitórios, já que o amor de Deus luz em toda parte e não há erro irreparável, nem crime que receba punição eterna.


Pela consciência de culpa, todos aqueles que defraudam as leis estabelecem os meios de autocorreção, de auto-reparação, de libertação...

Neles há a predominância do desamor, da violência, do sofrimento, e os adversários se reencontram, ali permanecendo enquanto mantêm os ódios e se desforçam uns nos outros; as obsessões cruéis dão curso a vinganças abomináveis e as aflições chegam ao superlativo.

Muitos animais aí estagiam temporariamente, assim como noutras regiões.

Místicos, santos e artistas visitaram-nos muitas vezes e ainda hoje servem de cenário inspirador para aqueles que de lá procedem pela reencarnação, de onde trazem lembranças bárbaras que concretizam no mundo, ali voltando com freqüência pelo parcial desprendimento pelo sono...

Os enganadores, os prepotentes, os suicidas e homicidas, os exploradores, os que fomentaram guerras e outros crimes vão habitá-los após a morte do corpo, arrastados muitas vezes, por comparsas que com eles desde antes, em processos variados de subjugação abominável.

Essas regiões foram construídas pelas mentes culpadas, a sós ou reunidas em grupos, por necessidade evolutiva, não podendo fugir das desditas que elegeram na Terra pela má conduta.

Constantemente, porém, os Amigos espirituais descem a esses lugares de dor punitiva, a fim de libertar aquele que se encontram arrependidos, que mudaram de atitude mental e anelam pela paz, conduzindo-os a centros de tratamento onde o amor luariza as aflições e são submetidos a carinhosa assistência terapêutica especialidade.

Na Terra, os culpados podem anestesiar a consciência, ocultar-se das vítimas, fugir à justiça, à reparação.

No mundo espiritual, no entanto,tais condutas são inexequíveis, em razão da sintonia psíquica com aqueles que lhes são semelhantes, atraindo-se reciprocamente e sendo imantados aos lugares cujas vibrações lhes são equivalentes.

Ondas, vibrações e mentes movimentam-se em faixas próprias, em campos especiais onde se propagam pelo universo.

Pululam as moradas espirituais em volta do planeta terrestre e nas suas proximidades, de onde partem os Espíritos para a reencarnação e para onde retornam após concluí-la, a fim de ascenderem nos rumos da Grande Luz, quando ditosos, ou volverem aos proscênio físico, se ainda prisioneiro das paixões e das misérias defluentes do estágioprimitivo.


O mundo físico é, portanto, uma cópia borrada do espiritual: tudo quanto nele existe de original se encontra causal, mas nem tudo quanto neste se conhece está plasmado ou existente no de efeitos efêmeros.

pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda
( Sob a proteção de Deus)

Reflexão...


A escola das almas




Congregados em torno do Cristo, os domésticos de Simão ouviram a voz suave e persuasiva do Mestre, comentando os sagrados textos.

Quando a palavra divina terminou a formosa preleção, a sogra de Pedro indagou, inquieta:

— Senhor, afinal de contas, que vem a ser a nossa vida no lar?

Contemplou-a Ele, significativamente, demonstrando a expectativa de mais amplos esclarecimentos, e a matrona acrescentou:

— Iniciamos a tarefa entre flores para encontrarmos depois pesada colheita de espinhos. No começo é a promessa de paz e compreensão; entretanto, logo após, surgem pedras e dissabores...

Reparando que a senhora galileia se sensibilizara até às lágrimas, deu-se pressa Jesus em responder:

— O lar é a escola das almas, o templo onde a sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao grande entendimento da Humanidade.

E, sorrindo, perguntou:

— Que fazes inicialmente às lentilhas, antes de servi-las à refeição?

A interpelada respondeu, titubeante:

— Naturalmente, Senhor, cabe-me levá-las ao fogo para que se façam suficientemente cozidas. Depois, devo temperá-las, tornando-as agradáveis ao sabor.

— Pretenderias, também, porventura, servir pão cru à mesa?

— De modo algum — tornou a velha humilde —; antes de entregá-lo ao consumo caseiro, compete-me guardá-lo ao calor do forno. Sem essa medida...

O Divino Amigo então considerou:

— Há também um banquete festivo, na vida celestial, onde nossos sentimentos devem servir à glória do Pai. O lar, na maioria das vezes, é o cadinho santo ou o forno preparador. O que nos parece aflição ou sofrimento dentro dele é recurso espiritual. O coração acordado para a Vontade do Senhor retira as mais luminosas bênçãos de suas lutas renovadoras, porque, somente aí, de encontro uns com os outros, examinando aspirações e tendências que não são nossas, observando defeitos alheios e suportando-os, aprendemos a desfazer as próprias imperfeições.

Nunca notou a rapidez da existência de um homem? A vida carnal é idêntica à flor da erva. Pela manhã emite perfume, à noite, desaparece... O lar é um curso ligeiro para a fraternidade que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimentos e conflitos naturais, em seu círculo, são lições.

A sogra de Simão escutou, atenciosa, e ponderou:

— Senhor, há criaturas, porém, que lutam e sofrem; no entanto, jamais aprendem.

O Cristo pousou na interlocutora os olhos muito lúcidos e tornou a indagar:

— Que fazes das lentilhas endurecidas que não cedem à ação do fogo?

— Ah! sem dúvida, atiro-as ao monturo, porque feririam a boca do comensal descuidado e confiante.

— Ocorre o mesmo — terminou o Mestre — com a alma rebelde às sugestões edificantes do lar. A luta comum mantém a fervura benéfica; todavia, quando chega a morte, a grande selecionadora do alimento espiritual para os celeiros de Nosso Pai, os corações que não cederam ao calor santificante, mantendo-se na mesma dureza, dentro da qual foram conduzidos ao forno bendito da carne, serão lançados fora, a fim de permanecerem, por tempo indeterminado, na condição de adubo, entre os detritos da Natureza.
 


Do cap. 2 do livro Jesus no Lar, de Neio Lúcio, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

A prece nas reuniões espíritas


Nos primórdios do Espiritismo não era comum orar na abertura das reuniões espíritas. Não sabemos ao certo quando a prática da oração passou a fazer parte das sessões práticas, mas não é possível ignorar que o Espírito de Santo Agostinho foi um dos primeiros Espíritos, senão o primeiro, a sugeri-la.
 
No cap. XXXI d´O Livro dos Médiuns, no subcapítulo intitulado “Sobre as Sociedades Espíritas”, Kardec tratou do assunto, ao inserir ali importante mensagem assinada por Santo Agostinho. 
 
Eis o teor da mensagem:

“Por que não começais as vossas sessões por uma invocação geral, uma como prece, que disponha ao recolhimento? Porque, ficai sabendo, sem o recolhimento, só tereis comunicações levianas; os bons Espíritos só vão aonde os chamam com fervor e sinceridade. É o que ainda os homens não compreendem bastante. Cabe-vos, pois, dar o exemplo, vós que, se o quiserdes, podereis tomar-vos uma das colunas do novo edifício.
Observamos com prazer os vossos trabalhos e vos ajudamos, porém, sob a condição de que também, de vosso lado, nos secundeis e vos mostreis à altura da missão que fostes chamados a desempenhar.
Formai, portanto, um feixe e sereis fortes e os maus Espíritos não prevalecerão contra vós. Deus ama os simples de espírito, o que não quer dizer os tolos, mas os que se renunciam a si mesmos e que, sem orgulho, para ele se encaminham.
Podeis tornar-vos um foco de luz para a humanidade. Sabei, logo, distinguir o joio do trigo; semeai unicamente o bom grão e preservai-vos de espalhar o joio, por isso que este impedirá que aquele germine e sereis responsáveis por todo o mal que daí resulte; de igual modo, sereis responsáveis pelas doutrinas más que porventura propagueis.
Lembrai-vos de que um dia pode vir em que o mundo tenha postos sobre vós os olhos. Fazei, conseguintemente, que nada empane o brilho das boas coisas que saírem do vosso seio. Por isso é que vos recomendamos pedirdes a Deus que vos assista.”


Segundo Kardec, solicitado a ditar uma fórmula de invocação geral, Santo Agostinho respondeu:

“Sabeis que não há fórmula absoluta. Deus é infinitamente grande para dar mais importância às palavras do que ao pensamento. Ora, não creiais baste pronuncieis algumas palavras, para que os maus Espíritos se afastem. Fugi, sobretudo, de vos servirdes de uma dessas fórmulas banais que se recitam por desencargo de consciência. Sua eficácia reside na sinceridade do sentimento que a dita; está, sobretudo, na unanimidade da intenção, porquanto aquele que se lhe não associe de coração não poderá beneficiar-se dela, nem fazer que os outros se beneficiem. Redigi-a, pois, vós mesmos e submetei-ma, se quiserdes. Eu vos ajudarei.”


Hoje, passados 152 anos desde a publicação d´O Livro dos Médiuns, não é difícil compreender o motivo da recomendação acima transcrita, visto que o valor da oração e do pensamento elevado é algo bem conhecido no meio espírita. 
 
Com efeito, diz-nos André Luiz ("Missionários da Luz", cap. 5): "A prece, a meditação elevada, o pensamento edificante refundem a atmosfera, purificando-a". "O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar".

Corroborando esse entendimento, Emmanuel informa ("Pensamento e Vida", cap. 2 e 26): "A prece impulsiona as recônditas energias do coração, libertando-as com as imagens de nosso desejo, por intermédio da força viva e plasticizante do pensamento, imagens essas que, ascendendo às Esferas Superiores, tocam as inteligências visíveis ou invisíveis que nos rodeiam, pelas quais comumente recebemos as respostas do Plano Divino".

Não foi, pois, sem razão que Kardec estabeleceu que a prece não deve faltar nas reuniões espíritas sérias, aquelas em que sinceramente se deseja o concurso dos bons Espíritos, devendo ser dita tanto no início quanto no término da reunião, orientação que ele consignou em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 4 a 7.  


Fonte: O Consolador 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Pensamento de Sai Baba



Lembre-se sempre que é fácil fazer o que é agradável. Mas é muito difícil comprometer-se com o que é benéfico. Nem tudo o que é agradável é proveitoso.

O sucesso vem para aqueles que abandonam o caminho repleto de rosas e enfrentam corajosamente as marteladas e golpes de espada no caminho repleto de perigo.

De fato, nenhuma estrada está cheia de pétalas de rosa. 

A vida é um campo de batalha onde os deveres e desejos estão sempre em conflito.

Aplaque as labaredas do desejo, do ódio e da raiva que se levantam em seu coração.

É pura covardia ceder á esses inimigos que se transformam em um animal. 

Enfrente todos os obstáculos com coragem.

As dificuldades o tornam resistente e forte.


Sathya Sai Baba

Fonte: A Condessa Descalça

Entendimento Espírita



Conhecimento Espírita


Na verdade todos nós de alguma maneira saímos um pouquinho da Terra e sentimos espiritualmente a realização destes trabalhos. Ele é feito primeiro no mundo espiritual e se reflete aqui, entre nós, em favor de todos. Alguns já devem mais, por isso mais tem que trabalhar, tem que produzir, e para resgatar nosso passado faltoso nada melhor do que o trabalho no bem. Dentro desse trabalho, dessa atividade, sem dúvida todo o ser humano tem um pouco de inteligência, liberdade para optar. Nós trabalhando na seara espírita, nós recebemos muito, logo temos direito a um passo a frente na evolução. É dando que se recebe, é amando que seremos amados, é servindo que seremos servidos, e sempre levando luz onde há trevas. Quem leva luz é a primeira pessoa a ser iluminada.

É de inteligência então que nos candidatemos ao trabalho do Evangelho do Cristo à luz da doutrina espírita, que possibilita a todas as criaturas a serem úteis, em nome do Cristo, por amor à Deus, sobre todas as coisas e a Deus como a si mesma. Essa é a caminhada do ser humano, hoje, amanhã ou depois, a opção é nossa, mas quanto mais tempo nós deixarmos passar, naturalmente mais tempo estaremos perdendo na evolução. Tudo que nos facilita a vida e na vida, nós temos obrigações de passar para o nosso próximo, a fim de que ele ouvindo as clarinadas, acorde mais depressa, desperte mais depressa o Espírito, dono da vida, para o trabalho de renovação espiritual.

Quanto mais nós permanecermos inertes, indiferentes às leis de Deus, mais o sofrimento vai tomando conta da nossa vida. Não quer dizer que o estudante, o trabalhador espírita não tenha problema. O problema existe porque ele é do mundo e nós estamos no mundo. Mas ele não tem força sobre o trabalhador da seara espírita. Ele existe porque nós temos deveres com ele, temos débitos, mas temos condições, nós os espíritas, os estudantes da Boa Nova, nós temos condições de evitar o problema, de se fortalecer diante do problema e os mentores espirituais trabalham muito mais do que os encarnados. Quando eles registram em você o esforço para o seu aperfeiçoamento, eles se aproximam de você, eles lhe dão energias novas, pacificam sua alma, iluminam suas decisões.

Às vezes a pessoa é boa, mas não é esclarecida, então ela erra muito, embora tenha boas intenções. É preciso esclarecer as intenções. Por isso Jesus veio à Terra. Antes do Cristo a humanidade ouvia falar em Deus, o Poder Maior, mas era uma coisa abstrata, uma informação distante do entendimento do ser humano. Quem mandava mesmo era o poder da Terra. Veio Jesus para ensinar que o Amor e o Perdão são forças poderosas para se manter em paz e alcançar o progresso. Mas as religiões materialistas embora com o título de cristãs, deixaram a marca da cruz. As pessoas passaram a ter medo de seguir Jesus por causa da cruz. Logo depois veio a doutrina espírita nos libertando da cruz. Nos mostrando que nós somos Espíritos eternos, imortais, que nós somos Espíritos livres para optarmos para o bem. Informou que a cruz era coisa do homem e não de Jesus. Jesus nos oferece liberdade, nos oferece a chance do progresso, a alegria de sermos felizes, porque fomos criados por Deus para sermos felizes. A doutrina espírita nos libertou do túmulo, nos informando que o Espírito vence o túmulo, porque vence o corpo físico e nos dá a educação de vida espiritual para sermos felizes aqui e termos luz e entendimento na pátria espiritual. Então agora já não vem outra mensagem, é a doutrina dos espíritos. É um código moral que Jesus deixou depois que ele voltou à Pátria Espiritual. “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Perdoa sempre que for necessário. Cada ofensa que lhe faça perdoa setenta vezes sete vezes. Se ofenderam você outra vez, torne a perdoar setenta vezes sete vezes, que você está se libertando do sofrimento. Você está vencendo a maledicência e a maldade do mundo, para viver na paz que o Cristo nos informou: “Minha paz vos dou”. Se nós queremos ter vitória sobre o mal, nós precisamos seguir os exemplos de Jesus, esquecendo a cruz, esquecendo os sofrimentos que são imposições do mundo ainda materialista, mas nós estamos vindo de Deus, com a responsabilidade de divulgarmos as Leis de Deus e vivencia-las embora o sofrimento exista.

Vamos vivenciar as Leis de Deus perdoe sempre aquele que te ofenda. Perdoar como? Abraçar, beijar... não... esqueça, esqueça a ofensa e faça o bem, responda o mal com o bem e não tenha medo porque o mundo não vai poder te maltratar. A maledicência existe, mas não vai afetar a sua individualidade. Ame e perdoe e ajude. Seja feliz com a felicidade do próximo. Se o próximo está chorando, ofereça-lhe um lenço para lhe enxugar as lágrimas. Fale com essa pessoa alguma coisa que a doutrina te deu, para que as lágrimas deixem de ter razão de existir, embora o problema exista, porque ele faz parte do mundo e a humanidade ainda não segue as Leis de Deus. Mas Jesus é o advogado maior, sublime, de Deus, que está junto ao Planeta Terra, para ajudar o homem a seguir-lhe as orientações se libertando então da maldade do mundo e vivendo em contrapartida, vivendo a mensagem de Deus.

Se o mundo é negativo, você é positivo, é sadio. O mundo está desligado de Deus ofendendo e maltratando, você está ligado a Deus ajudando, amparando, protegendo. Isto é inteligência, isto é poder. O poder não é você recebendo um tapa, você dá um, dá dois, repetindo o mesmo erro. Não. O poder é da humildade. A humildade é poderosa. O amor é altamente poderoso, ainda sublimado pela misericórdia de Deus, porque ele é herança divina. Então nós precisamos aprender a viver as Leis de Deus e isto é vacina contra os sofrimentos, os males morais, físicos, quer seja doença do corpo, quer seja doença social, familiar... A mensagem do Cristo é vacina contra todos esses males que são amontoados no mundo, amontoados nos corações, inseridos na maldade da Terra, desconhecedores das Leis de Deus.

Então a doutrina espírita é isto.  É Jesus de volta e abraçando, trazendo com clareza as Leis de Deus, o porque Jesus veio a Terra, porque ele se deixou crucificar, para mostrar para nós até onde deve ir a resistência do bem, o poder da humildade, a força do perdão, para que salvemos então o mundo. As Leis de Deus precisam salvar o mundo da maldade, da corrupção. Mas nós somos mensageiros de Deus na Terra, nós somos missionários de Deus na Terra, nós somos tarefeiros do Cristo na Terra, precisamos entender isso, com amor, com humildade, com simplicidade, amparando sempre e agradecendo a Deus a volta do irmão que estava perdido. Não é só o irmão carnal, mas o irmão espiritual, o irmão de tarefas, o irmão de caminhada que retornou ao redio, retornou ao nosso meio, ao nosso coração. Aí a gente tem aquela alegria de abraça-lo. Então você está todo o dia comigo. Então fala bom dia, dormiu bem?  Ao outro...  Oh que beleza, você está aqui, que saudade! Isto é coisa de Deus. A pessoa precisa se sentir acolhida, se sentir abraçada. Então você faz parte do trabalho. Então não é sensacional você estar porque você é o trabalhador, você é o filho presente, você é o filho que todo dia ... bom dia pai, bom dia mãe... então a alegria já está inserida na nossa presença, na nossa convivência.

Agora o outro que abandonou o lar, abandonou a família, o dia que ele volta, é evidente que os irmãos, a família, os vizinhos, os amigos se reúnam para glorificar a misericórdia de Deus que passou a se fazer naquela alma, aquele entendimento. Não importa que seja pela dor, mas é um entendimento. Mas se nós nos abraçamos por amor, se nós damos um bom dia de agradecimento a Deus porque estamos juntos no trabalho da seara, nós somos o trabalhador, nós somos a seara, nós somos os representantes de Deus. Não precisamos de aplausos, porque o mundo espiritual já nos aplaudiu. Não precisamos de tanta festa, o mundo espiritual está em torno destas pessoas, verdadeiramente em festa divina.

Então isto precisa acontecer na Terra, todos juntos ajudando aqueles que estão abandonados. Todos unidos em torno desta verdade divina que voltou para o nosso coração, através da manjedoura, que repercute em nossa alma; através da mensagem dos Espíritos que não nos abandonam; na mensagem de Deus, ajudando aqueles que nunca ouviram a mensagem espiritual, que nunca ouviram uma palavra de esperança. Olha você é eterno, você não morre, quem fica no túmulo é a sua roupa suja, velha, estragada. Você vai continuar vivendo, você vai retornar para o nosso convívio. As pessoas não sabem. Nós precisamos aprender para ensinar. A gente perde o medo da dor. Perde o medo do sofrimento, porque nós estamos fazendo dele o reencontro com Cristo, o reencontro com Deus. Mas se nós pudermos fazer todo esse reencontro com sorriso, com saúde, com alegria, já é a vitória do bem sobre nós mesmos. Vamos manter a nossa paz íntima, na certeza da vitória do bem a que nós estamos nos propondo a fazer parte, a dar força a esse poder espiritual para que ele seja maioria na Terra. O bem!


Jesus a todos os abençoe, agora e sempre.


Por D. Isabel Salomão de Campos – Diretora Presidente da Casa do Caminho.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fluidos Materiais e Fluidos Espirituais



1º - Serão os fluidos correntes de electrônios?
2º - Serão essas correntes de duas naturezas - uma para atuar sobre a matéria e outra sobre o Espírito preso a essa matéria?
3º - A corrente espiritual será formada pelas ondas eletrônicas?
4º - O electrônio da corrente espiritual será o mesmo da corrente material?

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1º - A ciência terrestre classifica o electrônio como a derradeira unidade de matéria, de carga elétrica negativa. No mundo do Infinitesimal, porém, temos um caminho limitado e progressivo a percorrer.

O homem, diante da incapacidade da sua estrutura e em face da sua zona sensorial limitada, não consegue ir além, no labirinto de segredos do microcosmo e, para que nos façamos entendidos, não podemos convir  convosco em que os fluidos, de um modo geral, sejam correntes de electrônios, ainda mesmo considerando-se a necessidade de representar-se com essa unidade, uma base para a vossa possibilidade de compreensão e de análise, porque os electrônios são ainda expressões de matéria em estado de grande rarefação.


2º, 3º e 4º - Embora sintéticas, pela sua construção fraseológica, essas proposições são bastante complexas em si mesmas.

As correntes de fluidos espirituais têm a sua organização particular e estão aptas a determinar a transformação das correntes de força material, em qualquer circunstância. Seria aconselhável nunca se confundir as ondas eletrônica com os fluidos de natureza espiritual. A matéria, atingindo sublimidades de quintessência, quase se confunde no plano puro do espírito, constituindo tarefa difícil para o eletromagnetismo positivar onde termina uma e onde começa outro.

Ainda agora, os cientistas, investigando a natureza da radioatividade em todos os corpos da matéria viva, perguntam ansiosos qual a fonte permanente e inesgotável onde os corpos absorvem, incessante e automaticamente, os elementos necessários a essa perene e inextinguível irradiação. No que se refere às ondas electrônicas ou aos elementos radioativos da matéria em si mesma, essa fonte reside, sem dúvida, na energia solar, que vitaliza todo o organismo planetário. O orbe terrestre é um grande magneto, governado pelas forças positivas do Sol. Toda matéria tangível representa uma condensação de energia dessas forças sobre o planeta e essa condensação se verifica debaixo da influência organizadora do princípio espiritual, preexistindo a todas as combinações químicas e moleculares. É a alma das coisas e dos seres o elemento que influi no problema das formas, segundo a posição evolutiva de cada unidade individual.

Todas as correntes electrônicas, portanto, ou ondas de matéria rarefeita, são elementos subordinados às correntes de fluidos ou vibrações espirituais; aquelas são os instrumentos passivos, estas as forças ativas e renovadoras do Universo.

Os corpos terrestres encontram no Sol a fonte mantenedora de suas substâncias radioativas, mas todas essas correntes de energia são inconscientes e passivas. Os Espíritos, por sua vez, encontram em Deus a fonte suprema de todas as suas forças, em perene evolução, no drama dinâmico dos sistemas. As correntes fluídicas no mundo espiritual são, pois, vibrações da alma consciente, dentro da sua gloriosa imortalidade.

Concluímos, assim, que há fluidos materiais e fluidos espirituais; que os primeiros são elementos inconscientes e passivos e os últimos a força eterna e transformadora dos mundos, salientando-se que uma só lei rege a vida, em sua identidade substancial. Nas ondas electrônicas, filhas da energia solar, chama-se-lhe afinidade, magnetismo, atração, e, nas correntes de fluídos espirituais, filhas da alma, partícula divina, chama-se-lhe misericórdia, simpatia, piedade e amor. Nessa lei única, que liga a Criação ao seu Criador e da qual estudamos os fenômenos isolados, desenrola-se o drama da evolução do espírito imortal.


Emmanuel (Espírito) / Francisco C. Xavier (Médium)
Livro: Emmanuel

Tratamento da Cura Espiritual



O tratamento da cura revigora órgãos e normaliza funções.

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 O tratamento de Cura Espiritual consta da captação de fluidos leves e benignos nas fontes energéticas da natureza, irradiando-os em seguida sobre o doente, revigorando órgãos, normalizando funções, destruindo placas e quistos fluídicos produzidos tanto por auto-obsessão como por influenciação espiritual.

O trabalho dos médiuns é associado ao dos médicos e técnicos desencarnados, que se utilizam do ectoplasma dos médiuns de efeitos físicos e também os fluidos nervosos emitidos pelas pessoas presentes. Esta aglutinação polarizada sobre o enfermo presente possibilita resultados mais eficientes e imediatos.

O poder curativo está na razão direta:

  1. da pureza dos fluidos produzidos, como qualidades morais ou pureza de intenções;
  2. da energia da vontade, quando o desejo ardente de ajudar provoca maior força de penetração;
  3. e da ação do pensamento, dirigindo os fluidos em sua aplicação.
 
  
Fonte: FEAP - Fraternidade Espírita Amor e Paz