Eternidade

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Considerações a respeito do Princípio Material e Princípio Inteligente




CONCEITOS BÁSICOS:   

Este estudo visa demonstrar que, embora no início da codificação os Espíritos tenham negado a possibilidade de conhecimento pelo homem do princípio das coisas, na continuidade revelaram em várias oportunidades a evolução do princípio espiritual junto ao princípio material.
 
        LE- 17. É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?
         “Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo.”

Livro dos Espíritos, questões 27 e 79:   Há dois elementos gerais no Universo:
a)- matéria (elemento material)
b)- Espírito (elemento inteligente) e, acima de tudo
c)- Deus, que opera através de suas imutáveis e soberanas Leis Naturais.

Acresce ao elemento material o fluido universal, que dele se distingue por propriedades especiais.  Está colocado entre o Espírito e a matéria, e, sob a ação do Espírito, produz a infinita variedade das coisas das quais conhecemos apenas uma mínima parte. O fluido universal, sob a ação do elemento inteligente, é responsável  pela coesão e as qualidades gravitacionais da matéria


 Pode-se deduzir que a matéria, tal como a conhecemos,  representa o estado mais condensado do fluido universal


FLUIDOS (Extraído do texto de Jacob Melo

Popularmente falando, designamo-lo como sendo a fase não sólida da matéria, a qual pode se apresentar em quatro subfases: pastosa, líquida, gasosa e radiante, tendo sido esta ultima apresentada à Ciência por um dos seus mais eminentes sábios, o inglês Sir William Crookes.

É o fluido não apenas algo que se move a exemplo dos líquidos ou gases, mas a essência mesma desses líquidos, gases e de todas as matérias, inclusive aqueles ainda inapreensíveis por nossos instrumentos físicos ou mesmo psíquicos.

Léon Denis, assimilando as teorias dos Espíritos, explicitou que "A matéria, tornada invisível, imponderável, se encontra sob formas cada vez mais sutis, que denominamos "fluidos". À medida que se rarefaz, adquire novas propriedades e uma capacidade de irradiação sempre crescente; toma-se uma das formas de energia"

André Luiz - "Mas no plano espiritual - continua ele -, o homem desencarnado vai lidar, mais diretamente, com um fluido vivo e multiforme, estuante e inestancável, (...) absorvido pela mente humana, em processo vitalista semelhante à respiração, pelo qual a criatura assimila a força emanente do Criador, esparsa em todo o Cosmo, transubstanciando-a, sob a própria responsabilidade, para influenciar na Criação, a partir de si mesma. - Esse fluido é seu próprio pensamento contínuo, gerando potenciais energéticos.

Do que assimilamos das modernas teorias físicas, os conceitos de "campos energéticos" e "campos de força" são aqueles que melhor enquadram o sentido que os Espíritos e Kardec quiseram emprestar ao termo fluido (pelo menos no que se refere à sua abrangência) pois por "campo" não se entenderia uma força unilateral, mas, uma dinâmica multidirecional. Exemplificando, seria como quando acendemos uma vela numa sala escura; a chama, que tem seu foco restrito e localizado, ilumina uma zona que lhe é o "campo" peculiar, não se restringindo esse "campo" à labareda mas à sua ação iluminativa ou, ainda, ao alcance calórico de suas irradiações térmicas.
...definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação" ...um verdadeiro "campo energético" pleno de elementos transformáveis, adaptáveis, expansíveis, contráteis, manipuláveis enfim.  

André Luiz: - trata-se do "Plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano" 14 "Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indescritível, (...) extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da Imensidade.. "

(Questões 606/607):-   Emanam do mesmo  princípio  inteligente a alma dos animais e do homem.
 Assim a alma do homem representa o resultado da elaboração  do princípio inteligente dos seres inferiores da criação,
Nos seres inferiores o princípio inteligente se elabora e pouco a pouco se individualiza, semelhante à germinação, até sofrer uma transformação, tornando-se Espírito. “Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos.


Questão 728:
a)- As criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva.
(Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem, sendo visado um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição.
Esse invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante  ( princípio inteligente ), que não se pode destruir e se elabora  nas metamorfoses diversas por que passa”.  

Questão 585,( reinos da Natureza ), Kardec observa:
“Esses quatro graus apresentam, com efeito, caracteres determinados, muito embora pareçam confundir-se nos seus limites extremos. A matéria inerte, que constitui o reino mineral, só tem em si uma força mecânica. As plantas, ainda que compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade. Os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva, limitada.  O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extramateriais e o conhecimento de Deus.”

Escala dos seres orgânicos

- Início da escala:- os zoófitos (animais-planta), que têm a aparência exterior da planta, mantém-se preso ao solo, mas como o animal, a vida nele se acha mais acentuada: tira do meio ambiente a sua alimentação.

- As plantas e os animais têm em comum: nascem, vivem, crescem, nutrem-se, respiram, reproduzem-se e morrem. Necessitam de luz, calor, água, ar puro. Enquanto as plantas se mantém presas ao solo, os animais, um degrau acima, se movimentam, como os pólipos; após o início do desenvolvimento dos órgãos, atividade vital e instintos  estão os helmintos, moluscos (lesma, polvo, caracol, ostra), crustáceos (caranguejo, lagosta), insetos (em alguns dos quais se desenvolve o instinto engenhoso,  como nas formigas, abelhas, aranhas). Segue-se a ordem dos vertebrados (peixes, répteis, pássaros) e os mamíferos (organização mais complexa).

. Pólipo
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Anêmona ao fundo e dois peixes palhaço.
Anêmona ao fundo e dois peixes palhaço.
Os pólipos são os indivíduos, geralmente sésseis, dos animais invertebrados do filo Coelenterata ou Cnidaria, que inclui os corais e as anêmonas-do-mar.
Esta forma pode ocorrer no estágio larval, por exemplo, nas medusas, mas também pode corresponder aos indivíduos adultos, como nos tipos referidos acima.
Todos os pólipos possuem células urticantes em seus tentáculos, usadas para imobilizar pequenas presas, têm uma constituição simples, com apenas um abertura, ou boca, e apenas duas camadas de células constituindo a parede de seus corpos.
Coral
Coral
Nos corais, cada pólipo constrói uma estrutura calcária onde se aloja e vive em conjunto com uma alga que se chama zooxantela. Esta alga simbiótica é responsável pelas cores que observamos nos corais como verde, amarelo, azul, lilás, castanho e outras.
Quando os pólipos morrem, novos pólipos crescem por cima dos esqueletos de calcário que ficam. Assim, quando vemos um recife de coral, apenas a fina camada superficial é que é constituida por pólipos vivos.
Alguns pólipos chegam a medir 20 cm de diâmetro, tal como o coral cogumelo, e a viver independentemente. No entanto, a maior parte dos pólipos são muito pequenos (menos de um cm de diâmetro) e constituem colónias de muitos pólipos juntos tal como a Acropora ramificada. Um kg de coral pode ter mais de 80.000 pólipos.

O lugar das esponjas na árvore dos seres vivos foi, durante muito tempo, objeto de controvérsia.  Segundo trabalhos recentes, esses organismos seriam os representantes mais antigos dos animais pluricelulares e, além disso, um dos maiores êxitos evolutivos.
        No início do século 19 debatia-se para saber se as esponjas eram de natureza vegetal, animal ou intermediária (falava-se de "zoófitos").

        Alguns consideravam as esponjas os mais simples animais pluricelulares, ou  metazoários. De acordo com essa concepção, as esponjas forneceriam a imagem de uma transição evolutiva: a passagem do estado unicelular ao pluricelular.  Essas idéias um pouco simplistas foram muito discutidas durante o século 20,mas todos os zoólogos reconhecem que as esponjas são de grande interesse para o estudo da aquisição da pluricelularidade.
    
ESPONJAS    As esponjas pertencem ao grupo dos espongiários, ou Porífera, que compreende cerca de 7 mil espécies. 
        A água entra nas esponjas através de uma série de pequenos orifícios inaladores invisíveis a olho nu, os poros, daí o nome Porífera atribuído ao grupo das esponjas.

SCIENTIFIC  AMERICAN - Brasil - ANO 2 N° 17 - Outubro de 2003

 
- Capítulo XI – Gênese (Princípio Espiritual)
 Princípio Espiritual:- Decorre do princípio: "Todo efeito tendo uma causa, todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente".As ações humanas denotam um princípio inteligente, que é corolário da existência de Deus, pois não é concebível a Soberana Inteligência a reinar eternamente sobre a matéria bruta.

O Princípio Espiritual é independente do Princípio Vital: a vida orgânica reside num princípio inerente à matéria, independente da vida espiritual, que é inerente ao espírito.
Independe também do fluído universal, tendo existência própria e sendo, juntamente com o princípio material, os dois princípios constitutivos do universo.
O princípio vital é a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo em que o agente vital estimula os órgãos, a ação deles mantém e desenvolve a atividade do agente vital, quase do mesmo modo como o atrito produz o calor".

VIDA (Jacob Melo) - a vida vem por ação do princípio vital, o qual, por dedução direta, é um "campo". Sendo "princípio" definido como "qualquer das causas naturais que concorrem pata que os corpos se movam, operem e vivam", vemos que o princípio vital é o "toque mágico" propiciador da vida, o "interruptor" vital que faz a interligação de um "campo" específico chamado "fluido vital" com elemento(s) proveniente(s) de outro "campo" (Principio Espiritual). Isto é interessante seja notado pois podemos ter, como temos, fluidos vitais dispersos, latentes, acumulados mesmo, nos grandes campos do fluido cósmico, sem que ali se dê a vida propriamente dita; é que aí ainda estaria faltando a "combinação" ou "interação" desses dois campos entre si a qual só se dá ante a ação do "princípio vital".

A vida, portanto, como "efeito" decorrente de um agente (princípio vital) sobre a matéria (fluido cósmico), tem, por sustentação, a matéria e o princípio vital em estado de interação ativa, de forma continua.

O fluido vital, quando o organismo vive, está ativado pelo princípio vital que dá àquele e a todas as suas partes "uma atividade que as põe em comunicação entre si, nos casos de certas lesões, e normaliza as funções momentaneamente perturbadas. Mas, quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.

O elemento espiritual individualizado constitui o Espírito, enquanto que o elemento material forma os diferentes corpos da natureza, orgânicos e inorgânicos. Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes, com igual aptidão para progredir por esforço próprio, através do trabalho imposto a todos até atingir a perfeição. Todos são igualmente objeto da solicitude divina, não havendo quaisquer favorecimentos.

-Os mundos materiais fornecem aos Espíritos elementos de atividade para o desenvolvimento de suas inteligências.

- Gênese Cap.VI – Item 19 - A criação universal, ( Espírito Galileu ):
“Aos que desejem religiosamente conhecer e se mostrem humildes perante Deus, direi... o seguinte: O Espírito não chega a receber a iluminação divina, que lhe dá, simultaneamente com o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra da sua individualização. Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe imprime na fronte o seu tipo augusto, o Espírito toma lugar no seio das humanidades.”

- Leon Denis, “O problema do ser, do destino e da dor” pág. 122/123:
Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha;  só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente;

Jorge Andréa (autor contemporâneo dedicado a estudos científicos no campo da paranormalidade, evolução, psiquiatria) - “Impulsos criativos da evolução  .
 
O Principio inteligente vegetal, mais vivido e experiente de sua fase, despontará nas formas animais, buscando novas afirmações nos instintos. Como os minerais e os vegetais estariam na dependência de um condutor e orientador nas suas expressões planetárias, os animais possuiriam o princípio inteligente, mais avançado e evoluído, como uma alma-grupo de seu reino.(Pág.118)... À medida que as espécies vão perdendo o contacto de colônia, próprio das formas mais simples, vão adquirindo relativa Individualidade e, com isso, o vórtice dinâmico, ... já consegue lapidar..., um verdadeiro núcleo (pequeno EU) . Desse modo a alma-grupo...que dirige colônias minerais, vegetais e primeiros animais, iria apresentando em seu seio, por maturação evolutiva, pequenos fulcros vorticosos, início de afirmações individuais, porém, que ainda não ousam nem podem viver fora da colônia dinâmica  que lhe deu origem e donde se nutrem.  Dessa forma, podemos explicar porque a sociedade dos insetos (caso específico das abelhas e das formigas) instintivamente desenvolvem atividades perfeitas e complexas diante de nossa análise e o homem, com sua maior evolução espiritual, muitas vezes se encontra perdido pelo caminho... (Pág.120).
Pág. 124: (Jorge Andréa cita André Luiz):
“À medida que o princípio espiritual avança na evolução é como se fosse afastando dos determinismos cósmicos e adquirindo diretrizes próprias que o livre-arbítrio pode conceder.  Quanto mais evoluído mais livre e mais responsável; quanto  menos evoluído mais limitado pela Lei e menos responsável.

Conclusões:
 a)- aceitação -  teoria da dualidade: Elemento Espiritual/Elemento material criados simultaneamente por Deus. O Elemento Espiritual,  acumula sempre as experiências adquiridas em seu trajeto até o estado de Espírito, sem jamais retrogradar,  enquanto que a matéria – criada para a manifestação do Elemento Espiritual que a dirige –  está sujeita às transformações, que incluem o nascimento, crescimento, decrepitude e morte com a conseqüente destruição, para formar novas formas manifestadas pelo Espírito em sua trajetória rumo à Perfeição.       
b)- Sendo o Espírito sempre o agente responsável pelos fenômenos que envolvem essa dualidade e que comanda, consciente ou inconscientemente, as ações da matéria, torna-se mais fácil entender, por exemplo:

1)- Formação natural do perispírito, como resultado da atração magnética dos fluidos condizentes com o estágio evolutivo do Espírito, fluidos esses provindos dos mundos em que sucessivamente ele habita;
2)-  a memória das experiências, ou seja, a agregação pelo perispírito de todas as experiências adquiridas na condição de Princípio Inteligente durante toda a escala evolutiva até ao estágio atual, o que proporciona o controle e execução das funções automáticas do corpo humano, como por exemplo a função digestiva, a função auto-regenerativa, o controle da circulação sangüínea, etc.), independentemente do grau de conhecimento que o Espírito encarnado tenha à respeito de tais sábias funções ;
3-)- a transmissão do pensamento e sua ação perante o fluido cósmico;
Pode-se figurar os nossos pensamentos como os sons de um sino, que fazem vibrar todas as moléculas do ar ambiente, tornando-se então audíveis. Assim, o pensamento impulsionado pela vontade do Espírito, produz a vibração mental que repercute no fluido cósmico, desta forma transmitindo-se e podendo ser captado por outros Espíritos, sem verbalização;
4- Criação das formas-pensamento, plasmadas pelo Espírito, como resultado das vibrações no fluido cósmico; 
5-  a formação e manutenção fluídica da aura, assim entendida como emanação do perispírito e do corpo, identificando seu estado de equilíbrio ou desequilíbrio energético.  
-AURA - Fotosfera psíquica, entretecida em elementos dinâmicos, atende à cromática variada, segundo a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em cores e imagens que nos respondem aos objetivos e escolhas, enobrecedoras ou deprimentes.(Evolução em Dois Mundos, XVII, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB).

GLOSSÁRIO –

Fulcro -  Base, fundamento, alicerce.
Vorticoso - Que se movimenta em turbilhão.
Vórtice - Redemoinho, remoinho, voragem.
Pólipo - sedentário cujo corpo, de consistência mole, é cilíndrico e oco, e fixa-se ao substrato por uma das extremidades, e é dotado de boca circundada por tentáculos na outra.
Corolário - Proposição que imediatamente se deduz de outra demonstrada.

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