Eternidade

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sábado, 20 de abril de 2013

MATÉRIA



À primeira vista, não há o que pareça tão profundamente variado, nem tão essencialmente distinto, como as diversas substâncias que compõem o mundo.
Entre os objetos que a Arte ou a Natureza nos fazem passar diariamente ante o olhar, haverá duas que revelam perfeita identidade, ou, sequer, paridade de composição?
Quanta dessemelhança, sob os aspectos da solidez, da compressibilidade, do peso e das múltiplas propriedades dos corpos, entre os gases atmosféricos e um filete de ouro, entre a molécula aquosa da nuvem e a do mineral que forma a carcaça óssea do globo!
Que diversidade entre o tecido químico das variadas plantas que adornam o reino vegetal e o dos representantes não menos numerosos da animalidade na Terra!
Entretanto, podemos estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dessemelhantes que pareçam, quer do ponto de vista da constituição íntima, quer pelo prisma de suas ações recíprocas, são, de fato, apenas modos diversos sob que a matéria se apresenta; variedadesem que ela se transforma sob a direção de forças inumeráveis que a governam. (G. VI 3)¹ 

Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são, também elas, um efeito que há de ter uma causa. (L.E. 7)² 
A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por Ele em dado momento?
– Só Deus o sabe. Há uma coisa, todavia, que a razão vos deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade, nunca esteve inativo. Por mais distante que logreis figurar o início de Sua ação, podereis concebê-Lo ocioso, um momento que seja? (L.E. 21)²

A ponderabilidade é um atributo essencial da matéria?
– Da matéria como a entendeis, sim; não, porém, da matéria considerada como fluido universal. A matéria etérea e sutil que constitui esse fluido vos é imponderável. Nem por isso, entretanto, deixa de ser o princípio da vossa matéria pesada. (L.E. 29)²
Os mundos mais afastados do Sol não estão privados de luz e calor. Neles a eletricidade desempenha um papel que ainda desconhecemos. (L.E. 58)² 

A matéria dos corpos orgânicos e dos corpos inorgânicos é sempre a mesma. Porém, nos corpos orgânicos, está animalizada. (L.E. 51)² 
A inteligência e a matéria são independentes, porquanto um corpo pode viver sem a inteligência. Mas, a inteligência só por meio dos órgãos materiais pode manifestar-se. Necessário é que o Espírito se una à matéria animalizada para intelectualizá-la. (L.E. 71)² 
Todas as da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as da alma. (L.E. 617)² 
A necessidade da destruição se enfraquece no homem à medida que o Espírito sobrepuja a matéria. Assim é que o horror à destruição cresce com o desenvolvimento intelectual e moral. (L.E. 733)²
Têm alguma coisa de material as penas e gozos da alma depois da morte?
– Não podem ser materiais, di-lo o bom-senso, pois que a alma não é matéria. Nada tem de carnal essas penas e esses gozos; entretanto, são mil vezes mais vivos do que os que experimentais na Terra, porque o Espírito, uma vez liberto, é mais impressionável. Então, já a matéria não lhe embota as sensações. (L.E. 965)²

 As manifestações (dos Espíritos) não podem dar-se senão exercendo o Espírito ação sobre a matéria. (L.M. 53)³
O perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, serve de ligação entre a alma e o corpo. – Ainda que fluídico, etéreo, vaporoso, invisível para nós, em seu estado normal, não deixa de ser matéria. A alma nunca será desligada do seu perispírito. (L.M. 54)³ O perispírito pode adquirir as propriedades da matéria e tornar-se tangível. (L.M. 126)³ Podem os Espíritos familiares favorecer os interesses materiais por meio de revelações?
– Os nossos Espíritos protetores podem, em muitas circunstâncias, indicar-nos o melhor caminho, sem entretanto, nos conduzirem pela mão, porque, se assim fizessem, perderíamos o mérito da iniciativa e não ousaríamos dar um passo sem a eles recorrermos, com prejuízo do nosso aperfeiçoamento. (L.M. 291)³


¹. KARDEC, Allan. A Gênese.
². ____. O Livro dos Espíritos.
³. ____. O Livro dos Médiuns.

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