Eternidade

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Suicídio



O Suicídio

O suicídio é considerado como a falta mais grave passível de ser cometida pela criatura humana. O suicida viola o instinto de conservação, força admirável da qual é dotado o princípio espiritual e que dá a ele a vontade e a obstinação de lutar pela sua sobrevivência.

Embora seja um crime de conseqüências tão funestas, e combatido por todos as religiões, seus índices têm crescido de forma significativa, especialmente nos países desenvolvidos e nas classes mais bem favorecidas economicamente.


Causas


Várias condições são anotadas como responsáveis pelas diversas causas de autocídio: dificuldades econômicas, perda de ente querido, frustração amorosa, complexo de culpa, viciações múltiplas, etc.


Allan Kardec, sintetizando a questão, afirma que “se excetuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucura, é certo que, sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento.”


Joanna de Ângelis [Após a Tempestade] completando o tema diz que a base real do autocídio está no orgulho ferido. O suicida é uma alma extremamente orgulhosa que, ante o descontentamento, prefere a morte ao esforço nobre para superação do obstáculo ou da frustração. Lembra Joanna, que a vontade do suicida é "destruir Deus, mas como isso não é possível, ele destrói a si mesmo que é a mais sublime criação de Deus."


Conseqüências


Allan Kardec [*LE-qst 957] diz:


“As conseqüências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos, elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma conseqüência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência que será pior do que aquela cuja curso interromperam.


Há, porém, as conseqüências que são comuns a todos os casos de morte violenta; as que decorrem da interrupção brusca da vida. Observasse a persistência mais prolongada e mais tenaz do laço que liga o Espírito ao corpo, porque este laço está quase sempre em todo o vigor no momento em que foi rompido. Na morte natural ele enfraquece gradualmente e, às vezes, se desata antes mesmo da extinção completa da vida. As conseqüências desse estado de coisas são o prolongamento do estado de perturbação, seguido da ilusão que, durante um tempo mais ou menos longo, faz o Espírito acreditar que ainda se encontra no número dos vivos.


A afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de recuperação do estado do corpo sobre o Espírito, que assim se ressente dos efeitos da decomposição, experimentando uma sensação cheia de angústias e de horror. Este estado pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida.


“Em alguns casos, o suicida não se livra das conseqüências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia essa falta, de outra maneira. É assim, que certos Espíritos que haviam sido muito infelizes na Terra, disseram haver se suicidado na existência precedente e estar voluntariamente submetidos a novas provas, tentando suportá-las com mais resignação.”


De forma didática, podemos separar em três fases o processo de reparação do suicídio:


1ª Fase: Expiação na Erraticidade

Corresponde ao sofrimento do suicida no mundo espiritual logo após o seu desencarne.

2ª Fase: Reencarnação Compulsória

Consiste na existência corporal que segue àquela onde ele cometeu o suicídio. Geralmente é de curta duração, objetivando recompor o corpo espiritual lesado.

3ª Fase: Reencarnação como Teste

Trata-se de uma nova existência física onde o Espírito faltoso vai deparar-se com a mesma condição frustrante que o levou ao suicídio no passado para superá-la e, assim, concluir o resgate do erro.

Agravantes e Atenuantes


Não existem duas faltas iguais.


Uma série de circunstâncias, agravantes ou atenuantes, vão estar relacionadas ao ato de auto-extermínio, como por exemplo, o tipo de suicídio, sua motivação básica, a presença ou não de distúrbios psíquicos ou obsessão.


Algumas observações de Kardec:


“O suicídio mais severamente punido é aquele que é o resultado do desespero, que visa a redenção das misérias terrenas.”


”Não se pode chamar de suicida aquele que devidamente se expõe à morte para salvar o seu semelhante.”


“O louco que se mata não sabe o que faz.”


“As mulheres que, em certos países, voluntariamente se matam sobre os corpos de seus maridos, obedecem a um preconceito e geralmente o fazem mais pela força do que pela própria vontade. Acreditam cumprir um dever, o que não é característica do suicídio.”


Papel do Espiritismo

A religião, a moral e todos os filósofos condenam o suicídio como contrário à Lei Natural, mas estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é apenas uma falta, uma infração a uma moral, consideração que pouco importa para certos indivíduos, mas um fato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, pelo contrário piora e em muito sua situação espiritual.




*LE: O Livro dos Espíritos

Fonte: CVDEE

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