Eternidade

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

O FIM DO MUNDO... VELHO



Boletim SEI

 Pelas ruas de Lyon, França, circulou, na segunda metade do século XIX, uma publicação de 58 páginas com o título “O fim do mundo em 1911”. Mesclando “sinais” do Evangelho e cálculos cabalísticos, trazia relatos capazes de tirar o sono dos mais impressionáveis. Allan Kardec, em sua “Revista Espírita”, de abril de 1868, comenta o fato, recordando previsão anterior, igualmente perturbadora.

“Com efeito, a gente se lembra de que o fim do mundo também tinha sido predito para o ano de 1840; acreditavam com tanta certeza, que tinha sido pregado nas igrejas, e o vimos anunciado em certos catecismos de Paris às crianças da primeira comunhão” – conta o Codificador.

Às vésperas da virada do século XX para o XXI, reacendeu-se no mundo o medo de um novo cataclisma global. Outra profecia dizia que não passaríamos do ano 2000. No entanto...

Mas, como um fim do mundo parece nunca ser o bastante, em 2011 uma nova onda de boatos ganha força. Ajudada pela poderosa máquina de marketing do filme “2012” – que retratou o “final dos tempos” –, a possível profecia trazia um diferencial: a de ser baseada no calendário maia e de revelar não só o ano, mas o mês e o dia do grande fim: 21 de dezembro de 2012. As primeiras semanas do filme em cartaz, embora o sucesso em termos de bilheteria, causaram também pânico e perturbação. Em desespero, milhares de pessoas começaram a escrever para o site “Pergunte a um astrobiólogo”, da Nasa.
“Duas mulheres nas últimas duas semanas disseram que estavam pensando em matar seus filhos e a elas mesmas para não terem que sofrer com o fim do mundo” – disse David Morrison, cientista sênior do Instituto de Astrobiologia da Nasa. A “National Geographic” publicou até um artigo com cientistas desmascarando os mitos sobre o fim do mundo, revelando as improbabilidades científicas do filme e as interpretações descabidas do calendário dos maias, que, não obstante a importância que davam ao 21 de dezembro de 2012, nunca consideraram a data como a do fim do mundo.

“É a época em que o maior ciclo do calendário maia (5.125 anos) acaba e um novo ciclo começa” – esclareceu, à conceituada revista, Anthony Aveni, especialista em cultura maia e arqueoastrônomo da Universidade Colgate, em Hamilton, Nova York.

O Espiritismo – entre tantas outras informações que nos traz – mostra que a morte não existe, pois somos espíritos imortais temporariamente ligados a um corpo de matéria densa para fins específicos de trabalho e aperfeiçoamento, esclarecendo, ainda, que o mundo corporal poderia acabar ou mesmo nunca ter existido sem que isso afetasse o mundo espiritual, nossa verdadeira pátria. Mas a Doutrina Espírita também fala sobre o fim do mundo, não deste mundo a que estamos vinculados hoje como encarnados, mas, sim, do mundo velho, de injustiças, fome, guerras, separação. Ao resgatar a pureza da mensagem cristã dos primeiros tempos, descortina um mundo novo, de fraternidade, respeito, igualdade, espiritualidade, de mais humanidade, aquele mundo prometido por Jesus em seu Evangelho de esperança, onde Apocalipse traduz renovação e não destruição. Demonstra que, dentro do processo inevitável da evolução, nosso planeta caminha da condição de mundo de provas e expiações para a de mundo de regeneração, como demonstra também o livro “Transição planetária” (ed. Leal, 2010), do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Pereira Franco. E todo esse processo, como já havia revelado o benfeitor espiritual Emmanuel ao médium Chico Xavier (“Plantão de Respostas: Pinga-Fogo II”, ed. CEU, 1995) nos idos de 1970, será perceptível a partir de 2057. Mas, como contou Chico, na mesma oportunidade, cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. “Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este o caminho.”

Coincidência ou não, 2057 será o ano em que a obra inaugural do Espiritismo, “O Livro dos Espíritos”, completará 200 anos. Atendendo, então, à sugestão fraternal do saudoso Chico, arregacemos as mangas e coloquemos mãos à obra, divulgando, principalmente por nossos exemplos, as verdades libertadoras do Evangelho Redivivo. 


(Extraído de Boletim SEI nº 2218, de Novembro de 2012)

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