Eternidade

Eternidade

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Divulgação Espírita




Assim como o sedento procura as águas da fonte para saciar-se, a divulgação do Espiritismo acontece naturalmente. 

Em Doutrina Espírita, ninguém necessita preocupar-se em propagá-la, ao ponto de promover o chamado "proselitismo de arrastamento", muito comum em certas religiões que desejam impor-se pelo número de seus adeptos. 

A propaganda espírita é feita principalmente através do exemplo dos que lhe abraçaram os princípios. 

Sem dúvida, não se deve deixar "a candeia sob o alqueire", conforme recomendação do próprio Cristo, no entanto não há que se preocupar em espalhar a luz da Verdade além dos limites do bom senso, evitando-se, a todo custo, uma reação de antipatia por parte daqueles que não pensam como nós.

Os Espíritos são mais eficientes na tarefa da divulgação do que os homens que se ocupam de semelhante mister, de vez que, em toda parte, se utilizam de instrumentos mediúnicos na produção do fenômeno que atrai a atenção das pessoas para os assuntos relacionados com a Vida Espiritual. 

Se os espíritas se dispuserem a estudar e a explicar a Doutrina em suas reuniões, tornando o livro e a mensagem espírita acessíveis ao grande público, já estarão cumprindo com a sua parte, sem necessidade alguma de disputar almas nas esquinas com os profitentes de outros credos. 

Com pouco mais de um século, o Espiritismo tem feito progressos admiráveis, justamente por não sustentar qualquer tipo de pretensão, respeitando a fé de todos. 

Kardec, na humildade que o caracterizava, chegou mesmo a declarar que o Espiritismo era o "mais poderoso auxiliar" das religiões em sua luta contra o materialismo. 

Silenciosamente, os grupos espíritas vão-se multiplicando e a idéia espírita vai-se ramificando em todos os caminhos, produzindo os frutos sazonados do amor e da paz. 

Jesus, com um grupo de doze companheiros, trouxe o Evangelho ao mundo; Kardec, com uma reduzida equipe de cooperadores encarnados, fez com que o Espiritismo se espalhasse sobre a Terra... 

É interessante observar-se que, no caso do Brasil, por exemplo, antes que a mensagem espírita aqui chegasse, através dos primeiros núcleos na Bahia, a Espiritualidade já havia preparado o terreno, tornando-o fértil ao desenvolvimento das sementes da Terceira Revelação. 

É que o trabalho dos Espíritos Superiores sempre se antecipa ao dos homens.
Por isto, a Doutrina Espírita não tem necessidade de oferecer-se como se fosse um artigo de mercado... 

Quando famintas, as pessoas haverão de procurá-la, porquanto pressentem nela a expressão da Verdade, que não carece de violentar consciências.
O que é bom divulga-se por si mesmo. 

Realizemos simpósios e congressos, veiculemos o jornal e o livro, mas evitemos contender, disputar ou polemizar entre nós mesmos e, muito mais, entre aqueles que estimam discutir como se religião fosse uma paixão clubística. 

Não nos preocupemos em convencer. 

Onde falham as palavras, o exemplo é o melhor argumento.


Livro: Seara de Luz
Irmão José & Carlos Baccelli

SEMEAR O BEM




Aquele que grafa uma página edificante, semeia um bom exemplo, 
educa uma criança, fornece um apontamento confortador, 
entretém uma palestra nobre ou estende uma dádiva, 
recolherá, cem por um, todos os grãos de amor que lançou 
na sementeira do Eterno Bem, 
laborando com a vida para a alegria sem fim. 


pelo espírito Eurípedes Barsanulfo
Livro: Caminho Espírita, psicografiade Chico Xavier.


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Prece pela Fé


por Bezerra de Menezes
psicografia recebida na FEB
(reunião da Comissão de Assistência aos Necessitados)
e publicada no Reformador (FEB) em Maio 1938
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            Meus amigos, Paz seja convosco.
            É sempre para nós motivo de satisfação estarmos em contato, ligados pelo pensamento aos nossos amigos e irmãos da terra, aqueles a quem nos prendem laços de simpatia, de parentesco humano e de amizade.
            Para nós, é sempre motivo de alegria virmos aos seus trabalhos na Seara do Amado Mestre, pois, como constantemente se vos repete, a Seara é grande, mas poucos são os trabalhadores.
            Constitui para nós prazer imenso podermos estar ao lado dos que se esforçam por difundir a verdade entre os que procuram esconde-la; dos que se empenham por fazer que a luz brilhe em toda parte, espancando as trevas da ignorância humana.
            Meus amigos, percebemos e sentimos as vossas lutas, as dificuldades que tendes de enfrentar, para conseguir que a verdade chegue a todas as consciências. Percebemos e sentimos os tropeços que a todos os momentos vos surgem à frente, quando tentais que o Evangelho do divino Mestre seja estudado com amor. Mas, por isso mesmo, regozijamos, quando testemunhamos a boa vontade com que vos reunis para o estudo desse mesmo Evangelho, que um dia há de fazer completa a felicidade de todas as criaturas.
            Preciso, entretanto, é que tenhais perfeita compreensão e convicção plena do que estais fazendo; preciso se torna não esmoreçais em meio da jornada. O que necessário se faz, acima de tudo, é ter fé, pois os que tiverem fé não só se salvarão, como salvarão também todos os que lhes estiverem aos lados.
            Trabalhai, portanto, mas procurando constantemente abrigar-vos sob a fronde da árvore da fé. Nas horas trágicas, ou simplesmente tristes e dolorosas, ponde-vos à sombra dessa árvore porque ela vos dará o conforto de que carecerdes. Nos momentos aflitivos, procurai-a, para que as gotas de orvalho que se lhe desprendem das folhas caiam sobre vós, e calmos vos sintais nas vossas dores e aflições. 
            Ainda nas ocasiões mais árduas, lutai, tende ânimo e caminhai decididos para a árvore da fé, que se acha sempre pronta a oferecer-vos os belos frutos que farão a vossa felicidade e a de todos os vossos e nossos irmãos.
            A fé é o caminho para a prece. Quem tem fé já reúne em seu coração as condições necessárias a uma prece ardente e fecunda. Orai com fé, vigiai com fé e, nas horas das tremendas lutas que se avizinham, com mais fé ainda orai e, unidos, vigiai com mais fervor.
            Que Deus vos ampare e Jesus vos conforte com o seu amor.      


Bezerra

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O PODER ESPIRITUAL DA PALAVRA



Palavras saturadas de sinceridade, convicção, fé e intuição são como bombas vibratórias altamente explosivas. 

Ao serem detonadas, certamente despedaçarão os rochedos das dificuldades e produzirão a mudança desejada. 

Evite falar palavras desagradáveis, ainda que sejam verdadeiras. 

As palavras devem expressar nossas convicções internas. 

Palavras sinceras ou afirmações repetidas com discernimento, fervor e convicção, infalivelmente colocam em andamento a força onipresente da Vibração Cósmica para ajudá-lo nas dificuldades. 

Afaste todas as dúvidas e ansiedades e recorra a essa Força com confiança infinita para conseguir o que deseja. 

Se não fizer isso, o foco da súplica será desviado, afastando-se do seu objetivo. 


Yogananda
(Fonte: Saúde e Espiritualidade)

Lindo Caso - Chico Xavier


Lindo Caso 013  

 "Tentando Pegá-lo Numa Fofoca"‏

 
        Testado por muita gente, médicos, cientistas, jornalistas, parapsicólogos e tantos outros, sem nunca alcançarem o intento, alguns amigos quiseram "pegá-lo" com uma fofoca. Procuraram-no e disseram:

        - Chico, tem uma madame rica e conhecida da sociedade de Uberaba, que está cometendo um absurdo. Todos os dias que tem distribuição de sopa e mantimentos para os pobres ela entra com a maior "cara de pau" na fila e toma sopa e leva os mantimentos. É uma vergonha!

        Ao que Chico respondeu:

        - Meus filhos, que humildade desta senhora! Enfrenta uma fila com sol ou chuva, e paciente-mente aguarda a sua vez para pegar mantimentos...



"Nosso Amigo Chico Xavier (50 Anos de Mediunidade)
Luciano Napoleão da Costa e Silva - Nova Mensagem Editorial Ltda.

 
NEECX - Núcleo de Estudos Espíritas Chico Xavier

Caridade e Esperança




Lembra-te da esperança para que a tua caridade não se faça incompleta.

Darás ao faminto, não somente a côdea de pão que lhe mitigue a fome, mas também o carinho da palavra fraterna, com que se lhe restaurem as energias.

Não apenas entregarás ao companheiro, abandonado à intempérie, a peça que te sobra ao vestiário opulento, mas agasalha-lo-ás em teu sorriso espontâneo a fim de que se reerga e prossiga adiante, revigorado e tranqüilo.

Não olvides a paciência divina com que somos tolerados a cada hora.
 
 Qual acontece ao campo da natureza, em que o Sol mil vezes injuriado pela treva, mil vezes responde com a bênção da luz, dentro de nossa vida, assinalamos a caridade infinita de Deus, refazendo-nos a oportunidade de servir e aprender, resgatar e sublimar todos os dias.
 
 Não te faças palmatória dos próprios irmãos, aos quais deves a compreensão e a bondade de que recebes as mais elevadas quotas do Céu, na forma de auxílio e misericórdia, em todos os instantes da experiência.
 
 Não profiras maldição nem espalhes o tóxico da crítica, no obscuro caminho em que jornadeiam amigos menos ditosos, ainda incapazes de libertarem a si mesmos das algemas da ignorância.
 
 Recorda que Jesus nos chamou à senda terrestre para auxiliar e salvar, onde muitos já desertaram da confiança no eterno bem.
 
 Seja onde for e com quem for, atende à esperança para que o mundo conquiste a vitória a que se destina.
 
 Aliviar com azedume é alargar a ferida de quem padece e dar com reprimendas é envolver o socorro em repulsivo vinagre de desânimo ou desespero.
 
 À maneira de raio solar que desce à furna cada manhã, restaurando o império da luz, sem reclamação e sem mágoa, sê igualmente para os que te rodeiam a permanente mensagem do amor que tudo compreende e tudo perdoa, amparando e auxiliando sem descansar, porque somente pela força do amor alcançaremos a luz imperecível da vida.


 pelo espírito Emmanuel
 Obra: Caridade, Médium: Francisco C. Xavier


Uma prece para o melhor do teu Ser




Uma Prece ao melhor do teu Ser...




Que o Sopro Vital do Eterno ilumine tua jornada.
Que o brilho das estrelas esteja em teu olhar.
Que tu escutes uma linda canção e te encantes com ela.
Ah, que tu sejas capaz de rir de ti mesmo.

Que todo teu conhecimento se transforme em sabedoria.
Que tuas atitudes dignifiquem tua senda...
Que tu sejas, cada vez mais, amado por teus amigos reais.
Ah, que um Grande Amor te encante e te encha de vida e alegria.

Que nada e nem ninguém te desvie da rota do teu coração.
Que tu sintas a pulsação da vida universal em todas as coisas.
Que o ceticismo do mundo jamais congele tua consciência.
Ah, que tu renasças a cada instante, sempre agradecendo pelo dom da vida.

Que tu perdoes, aos outros e a ti mesmo, sempre sendo verdadeiro...
Que tu tenhas coragem de ser tu mesmo, sem trair o teu coração.
Que tu tenhas a certeza de que nada do mundo pode comprar tua consciência.
Ah, que diante da vida – e além dela... -, tu não sintas vergonha de ti mesmo.

Que tuas preces não contenham lamentações, mas ores ao Alto, pela vida.
Que tu te levantes sabendo que todo dia permite renovação e aprendizado.
Que tu deites teu corpo no leito sabendo que teu espírito viaja na noite...
Ah, que os teus voos sejam lindos e que os espíritos das brumas te abençoem.

Que todo ser vivo seja sagrado diante do teu olhar...
Que tu não humilhes ninguém, pois isso te humilharia também.
Que tu te sintas honrado só por existires, e faças o bem, sem olhar a quem.
Ah, que tu olhes com admiração a luz do dia e a suavidade da noite.

Que tu aches o templo do Eterno em teu próprio Ser.
Que teus mestres sejam o bom senso, o discernimento e o amor.
Que tu trabalhes com dedicação, mas sem perder teu coração.
Ah, que, por onde tu fores... A Luz te guie e te ampare na jornada.

Que teus ancestrais sejam honrados por tuas atitudes presentes.
Que teus filhos jamais te tomem como exemplo de indignidades.
Que eles te considerem como um amigo (a), por toda a vida...
Ah, que tu faças a pessoa amada feliz, e que ela te olhe com admiração.

Que tu sejas um presente para teus amigos – e eles para ti.
Que tudo que é trevoso se afaste de ti; porque teu coração é um sol de amor.
Que tu caminhes pelos solos do mundo calçado com as sandálias do discernimento.
Ah, que mesmo diante de provas acerbas, tu jamais renegues o teu espírito.

Que tu não sucumbas às pressões dos pensamentos e emoções negativas.
Que teu passado fique para trás... E que o presente seja sempre o teu momento...
Que tu não dependas dos outros para ser feliz; que tu sejas feliz só por existires.
Ah, que tu não prestes atenção aos defeitos alheios, mas, sim, à tua própria vida.

Que o acalanto secreto do Ancião dos Dias te faça rir muito, até de ti mesmo.
Que tu não carregues culpas, mas, sim, experiência, e vontade de fazer o melhor...
Que nada e nem ninguém, da Terra ou do Astral, possa roubar a luz do teu coração.
Ah, que alguma música te encante... E a canção da vida também.



Com Gratidão.
Paz e Luz.

- Wagner Borges –

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mensagem do Dia


Da compreensão




Servir mais


Efraim ben Assef, caudilho de Israel contra o poderio romano, viera a Jerusalém para levantar as forças da resistência, e, informado de que Jesus, o profeta, fora recebido festivamente na cidade, resolveu procurá-lo, na casa de Obede, o guardador de cabras, a fim de ouvi-lo.

- Mestre - falou o guerreiro -, não te procuro como quem desconhece a Justiça de Deus, que corrige os erros do mundo, todos os dias... Tenho necessidade de instrução para a minha conduta pessoal no auxílio do povo. Como agir, quando o orgulho dos outros se agiganta e nos entrava o caminho?... quando a vaidade ostenta o poder e multiplica as lágrimas de quem chora?

- É preciso ser mais humilde e servir mais - respondeu o Senhor, fixando nele o olhar translúcido.

- Mas... e quando a maldade se ergue, espreitando-nos à porta? que fazer, quando os ímpios nos caluniam à feição de verdugos?

E Jesus:

- É preciso mais amor e servir mais.

- Senhor, e a palavra feroz? que medidas tomar para coibi-la? como proceder, quando a boca do ofensor cospe fogo de violência, qual nuvem de tempestade, arremessando raios de morte?

- É preciso mais brandura e servir mais.

- E diante dos golpes? há criaturas que se esmeram na crueldade, ferindo-nos até o sangue... De que modo conduzir nosso passo, à frente dos que nos perseguem sem motivo e odeiam sem razão?

- É preciso mais paciência e servir mais.

- E a pilhagem, Senhor? que diretrizes buscar, perante aqueles que furtam, desapiedados e poderosos, assegurando a própria impunidade à custa do ouro que ajuntam sobre o pranto dos semelhantes?

- É preciso mais renúncia e servir mais.

- E os assassinos? que comportamento adotar, junto daqueles que incendeiam campos e lares, exterminando mulheres e crianças?

- É preciso mais perdão e servir mais.

Exasperado, por não encontrar alicerces ao revide político que aspirava a empreender em mais larga escala, indagou Efraim:

- Mestre, que pretendes dizer por "servir mais"?

Jesus afagou uma das crianças que o procuravam e replicou, sem afetação:

- Convencidos de que a Justiça de Deus está regendo a vida, a nossa obrigação, no mundo íntimo, é viver retamente na prática do bem, com a certeza de que a Lei cuidará de todos. Não temos, desse modo, outro caminho mais alto senão servir ao bem dos semelhantes, sempre mais...


O chefe israelita, manifestando imenso desprezo, abandonou a pequena sala, sem despedir-se.

Decorridos dois dias, quando os esbirros do Sinédrio chegaram, em companhia de Judas, para deter o Messias, Efraim ben Assef estava à frente. E, sorrindo, ao algemar-lhe o pulso, qual se prendesse temível salteador, perguntou sarcástico:

- Não reages, galileu?

Mas o Cristo pousou nele, de novo, o olhar tranqüilo e disse apenas:

- É preciso compreender e servir mais.


(Irmão X)
Obra: Idéias e Ilustrações, médium: Francisco C. Xavier, por Diversos Espíritos.


Oração do Coração



Abro o meu coração para a nova realidade que a vida me oferta.
Abro meu coração e enxergo um novo mundo e uma nova humanidade.
Seres que se amam resplandecem à minha frente.
A fraternidade é revelada a cada ação, a cada passo.
A luz resplandece soberana através do semblante de cada ser.
O amor jorra de seus corações ininterruptamente.
Suas mãos transparentes são pura luz.
A luz que toca e resgata a perfeição.
Seus pés roçam suavemente a terra fértil.
E a terra devolve o carinho revelando a abundância de suas cores.
A mente cria, o coração alimenta, a ação consolida um planeta de paz.
O sol aquece, o ar ameniza, a terra resplandece vida pelo banho suave das águas cristalinas.
Tudo é luz, paz, perfeição!
Esse é o mundo que almejo habitar.
O mundo cuja lembrança paira no fundo do meu ser.
O mundo de onde vim e para o qual quero voltar.
O mundo que hoje compartilha comigo o seu segredo.
O mundo que sussurra em meus ouvidos a premência que tenho de nele mergulhar.
O mundo que se mostra a mim através do palpitar de cada coração.
O mundo da verdade.
O mundo onde toda ilusão foi dissolvida.
O mundo que se alicerça na força do amor.
O mundo que não reconhece diferenças.
O mundo que é povoado por uma única nação, a nação dos Filhos da Luz.
Filhos que caminham soberanos pelo Planeta Azul.
O mundo que resgata a sua história através da história de cada um de seus habitantes.
Os Filhos da Luz que se reconhecem e que expressam total gratidão.
Gratidão pelo divino aprendizado que devolveu a todos o sentido do viver.
O viver que só é pleno quando o coração traça o norte revelando a unidade que põe fim à separação.
Hoje, finalmente, sou o Filho de Deus que expressa as virtudes do Pai.
Hoje EU SOU. 


Fonte: Um coração que transborda...

Lições do Tempo e da Vida


Há um tempo que não volta mais.
Por isso, não adianta lamentar-se pelo que fez ou deixou de fazer.
O tempo passa mesmo...
A Terra gira suspensa no turbilhão sideral e a humanidade segue aprendendo, dentro do seu giro da vida.
Pessoas vão e vêm em nossas vidas...
A vida passa, porque tudo passa!
A característica da vida na Terra é a impermanência dos seres e das coisas.
Nesse plano denso, nada é para sempre.
Mas, as lições que aprendemos, seguirão dentro de nossos corações, ao longo da eternidade...
Se tudo passa nesse plano físico, também é verdade que o espírito é eterno.
Seguiremos sempre vivos...
E, por onde formos, no futuro, sempre estaremos em nossa própria companhia.
Somos as criaturas de nosso próprio destino!
Estaremos, no amanhã, acompanhados de nós mesmos.
Então, se quisermos estar em boa companhia, que melhoremos agora, nessa vida atual.
Não vamos fazer por menos; vamos melhorar.
Não somos anjos nem demônios; somos gente!
Somos humanos neste momento; somos uma mistura de estrela e carne.
Somos seres de luz em forma de gente. Somos o eterno no transitório.
E não vamos fazer por menos. Vamos crescer, e muito!
E a vida é um presente.
Paz e Luz.

 
- Wagner Borges –

domingo, 26 de agosto de 2012

A labuta da Espiritualidade


Muitos procuram ampliar sua espiritualidade mas poucos estão dispostos a pagar o preço em esforço e persistência.


Crescer espiritualmente é um processo trabalhoso, árduo, cansativo e muitas vezes aparentemente inglório. Apenas uns poucos que insistem acabam conseguindo alcançar e mesmo superar suas metas. Outros param pelo caminho ou se perdem na imensidão de informações desencontradas, incapazes de achar o rumo correto. A maioria desiste ao primeiro obstáculo, procurando vias alternativas mais fáceis, o que não existe.


Enfrentar as próprias limitações, descobrir suas próprias ilusões, é um processo demorado e sofrido. Não existe espiritualidade em pílulas como muitos costumam propagar. Não existem atalhos nem subterfúgios que o livrem do trabalho duro.


O grande Mestre tibetano Milarespa sofreu horrores nas mãos de seu Mestre, Marpa. Ele tinha que fazer pesados serviços braçais e chegou a construir casas de pedra e depois a destruí-las para reconstruí-las novamente. Mas amava seu Mestre e sabia que ele o estava conduzindo pelo Caminho. No final Milarespa se tornou uma lenda como um grande iluminado do Tibete. As provações a que os Mestres orientais submetem seus discípulos são parte do folclore espiritual mas devem ser encaradas com seriedade.


Nenhum Mestre real sai procurando discípulos, pelo contrário: são eles que tem que encontrar um Mestre adequado e provar sua verdadeira vontade em percorrer o Caminho. Porque a trilha é árdua e nem todos tem força de vontade suficiente para chegar ao seu destino. É preciso perseverança e um grande desejo de progredir. Mestres reais existem em número limitado e não podem perder tempo com curiosos ou pessoas superficiais. Só o verdadeiro buscador é digno de empreender a jornada.


Mas se o Caminho é árduo, o que nos leva a percorrê-lo? Que forças devem estar presentes para que a jornada se conclua? Ora, o que pode existir de mais importante do que descobrir quem realmente somos! Este é o verdadeiro significado da vida. O resto é banalidade.


A persistência é a virtude mais importante, pois em nosso dias enfrentamos uma torrente incessante de informações, a maioria delas tolas ou conflitantes. O número de caminhos que podem ser percorridos se amplia a cada momento, tornando a escolha um processo demorado e complicado. Pois não se pode trilhar vários Caminhos ao mesmo tempo, embora muitas vezes o destino seja único. Só se pode progredir realmente ao abraçarmos um único Caminho e o seguirmos corretamente, diligentemente, até o fim. As pessoas que dizem que professam muitas crenças, executam muitas técnicas e dominam muitos conhecimentos estão, na verdade, perdidas. Quem quiser saber sobre tudo acabará conseguindo nada. “Saber” e “ser” são coisas distintas.


Se você persistir, buscar um Caminho adequado a você, ao seu modo de pensar, ao seu modo de sentir, vai acabar por encontrá-lo. Não se violente fazendo algo que não encontra respaldo em seu coração. O Caminho correto para você existe, basta encontrá-lo. Não se intimide em experimentar uma coisa ou tentar outra. A busca muitas vezes é longa, mas quando encontrar a filosofia ou o Mestre adequado, coloque todo o seu ser na jornada. Não existe outro jeito a não ser trabalhar duro.


Gilberto Antônio Silva
Fonte: http://taoismo.org/modules/smartsection/item.php?itemid=35

Mensagem do Dia


AMAI-VOS





Amai-vos

"Não amemos de palavra, nem de língua, mas por
obras e em verdade." - João.
(I João, 3:18.)


Por norma de fraternidade pura e sincera, recomenda a Palavra Divina: "Amai-vos uns aos outros."

Não determina seleções.
Não exalta conveniências.
Não impõe condicionais.
Não desfavorece os infelizes.
Não menoscaba os fracos.
Não faz privilégios.
Não pede o afastamento dos maus.
Não desconsidera os filhos do lar alheio.
Não destaca a parentela consangüínea.
Não menospreza os adversários.

E o apóstolo acrescenta: "Não amemos de palavra, mas através das obras, com todo o fervor do coração."

O Universo é o nosso domicílio.
A Humanidade é a nossa família.
Aproximemo-nos dos piores, para ajudar.
Aproximemo-nos dos melhores, para aprender.
Amarmo-nos, servindo uns aos outros, não de boca, mas de coração, constitui para nós todos o glorioso caminho de ascensão.


por Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier
Livro: Fonte Viva




PENSAMENTOS TÊM COR, FORMA E CHEIRO


 
Certa manhã, despertei ao raiar do dia incomodado com a situação que vivenciara na noite anterior.

Ao andar pelas ruas, fiquei verdadeiramente injuriado. Não pude acreditar no que presenciava. Duas senhoras a fofocar, literalmente sobre a vida alheia. Pensei. Como algo assim pode acontecer por esses lados?

Enfurecido me aproximei. Ia começar um discurso de orientação quando fui reconhecido.

- Gregório, como anda passando? Espero que bem! Tenho acompanhado seu progresso e estou feliz com a sua evolução dia após dia.

Inicialmente, fiquei mudo. Sorriso sem graça, pela primeira vez, respondi monossilabicamente:  - Bem! Obrigado!

E a mesma continuou:
 - Algum problema? Parece que não está muito bem está manhã. 

Enchi o peito de coragem e iniciei a palestra:
- Cara senhora, fui desperto dos meus pensamentos pela proza que desenvolvia com sua suposta amiga.  

Neste momento, virei-me para outra mulher que ainda não havia se pronunciado e, permanecendo incentivado pela insensatez do julgamento, voltei a falar.

A primeira senhora interrompeu-me apresentando a si e a outra.
- Parece que não está lembrando-se de nós? Sou Marta e esta é Jaqueline.

Sem puder segurar a língua dentro da boca, me precipitei a tagarelar.
- Como ia dizendo... chamou-me a atenção a conversa a qual se dispunham. E confesso que não compreendo como distintas senhoras, num lugar como esse, desprendem de seus lábios, palavras tão argilosas, quanto as que ouvi. Entristece-me saber que nada foi, por vocês, verdadeiramente absorvido sobre a moralidade e adequação ética das condutas em terras tão distantes e diferentes das quais deviam permanecer.

Enquanto falava, percebi as duas senhoras, inabaláveis, olhavam-me como a uma criança necessitando de orientação. O que foi me inervando cada vez mais. Pensei. Como se atrevem a olhar-me com tamanho descaso, quando falo sobre assuntos de suma importância?

Ao acabar da fala, desolado fiquei com a aproximação de meu cuidador, que me alcançou através de meus pensamentos negros e enfurecidos. E foi logo se dirigindo a mim, como pai, ao perceber um tropeço do filho.

Pauso para explicar-lhes que pensamentos têm cor, forma e cheiro. Assim os percebemos por aqui, quando capacitados somos, digo melhor, quando evoluídos somos. Certo dia, lá na terra, quando na excursão, sai a caminhar com Samuel pelos arredores da vila da Casa do Cristo.

Percorremos longo caminho até chegar a um ambiente escuro e sombrio. Era sombrio, não pela escuridão que se despontava na noite, mas pelas condutas que era possível ver, ouvir e sentir.

Na aproximação, meu corpo ficou diferente. Uma brisa gelada alcançou meu peito e me fez estremecer. Senti tontura e desânimo. Samuel me socorreu convidando-me a oração. Continuamos a penetrar a escuridão e foi possível ouvir gritos e risadas abafadas. Eram vozes de homens e mulheres misturadas à música alta e ao choro de criança.

Logo chegamos numa clareira, no meio da mata densa. Então, pude ver uma casinha pequena e descuidada. Cadeiras e mesas à porta. Som alto a tocar sem interrupção, apesar de uma briga que acontecia na frente da porta. Dois homens se esmurravam dentro de um circulo formado por muitas outras pessoas que comemoravam cada soco dispensado e torciam ora por um, ora pelo outro.

Uma criança, ainda de colo, estava sentada ao chão na liteira da porta aos berros. Sozinha, sem poder andar, pedia por socorro no meio daquela confusão. Temi que sobrasse alguma agressão para ela. Corri ao seu alcance, porém, não pude carregá-la como imaginei, no afã, que pudesse fazer.

Entrei em desespero. Comecei a suar. Fiquei tonto, desequilibrei e caí. No chão, percebi bebidas por todo lado. Um cheiro forte de álcool me sufocou e eu desmaiei. Acordei aos pés de Samuel, que, impondo as mãos, me fornecia energias fluídicas edificantes. Ao me ver desperto, ajudou-me a levantar. E, novamente, impondo as mãos, agora sobre nossas cabeças, criou um campo de força magnético ao nosso redor. Senti uma sensação de segurança. Longe da confusão, que ficou do lado de fora, melhorei.

Perguntei a Samuel se ele nada faria. Sem nada dizer, colocou minha mão sobre meus olhos, ampliando meu campo de visão. Pude ver que, de nós, saía uma energia clara e luminosa, porém, por mais forte e poderoso que fosse o feixe, não conseguia alcançar o grupo que estava em desalinho.

Com o olhar mais apurado, identifiquei uma nuvem negra que circundava todo o grupo, novos calafrios me tomaram e pude sentir um odor fétido que me nauseou. Voltei a passar mal e fui socorrido pelo companheiro de todas as horas.

Então, Samuel começou uma prece. Solicitava, humildemente, a presença do Pai. Pediu misericórdia pelos irmãos que se destruíam sem nenhum motivo. Orou com fervor e foi atendido. Pouco a pouco percebi que o feixe ficava mais intenso e começou a penetrar, delicadamente, na nuvem enfurecida que parecia ter vida e resistia, brigando por sua existência.

Pequenos feixes iam penetrando calmamente, sem pressa ou agressão. E pude ver que gotículas caiam sobre os que brigavam e torciam. A nuvem escurecida foi ficando cada vez menos densa e se deixou diluir.

A mãe que, interessada no atrito, esquecera a criança no canto, pode, finalmente, ouvir seu choro e correu ao seu socorro acalmando-a em seu colo. Dois rapazes mais fortes que observavam tudo, sem nada fazer, encorajados pelas energias salutares que permitiram penetrá-los, separam os dois homens que se engalfinhavam.

O grupo foi dispersando e retomando suas mesas. Alguns, mais sensíveis, se deixaram penetrar pela luz divina, absorvendo-a. Sentindo-se cansados, partiram em direção ao lar aonde a família os esperava.

Atônito a tudo, observei com tamanho interesse e surpreendido fiquei ao perceber que, minutos depois ao encerramento do passe coletivo, um grupo menor se desequilibrou, retornando a confusão anterior.

Samuel, dirigindo um último olhar, rogou a Deus que os iluminasse e, olhar triste, se afastou, levando-me com ele.

Não pude esperar até a vila para entender tudo que havia acontecido. Samuel compreendendo minha aflição convidou-me a sentar e disse:

 -Caro Gregório, trouxe-o aqui para que observasse o que o mau direcionamento dos pensamentos e atitudes podem fazer ao espírito. Aquele grupo se entregou aos desatinos do prazer e do vício e afastaram-se das Leis Divinas, ensinadas pelo amoroso Jesus.

- Cegam-se com o que veem e desejam, impossibilitando-se de enxergar o mau que fazem a si mesmo e aos outros ao seu redor. Pais esquecem de seu filhos, mães não conseguem ouvir o choro de seus bebes, famílias são destruídas, amigos tornam-se inimigos. E o pior que nada podemos fazer, pois assim não o desejam.

- Só após muita oração pudemos penetrá-los com energias salutares provenientes do Senhor, porém, logo depois, baixam suas vibrações despertas pelo submundo que escolhem vivenciar e retornam a escuridão, não permitido a clareza da luz.

Nada consegui dizer ou questionar. Uma dor enorme tocou meu peito. Lembrei-me de mim, a bebericar sem juízo pelos bares da vida. Um após o outro, sem limites, sem discernir que era hora de parar e retornar ao leito. Embriagado, saía pelas ruas a discursar, incomodando aos que passavam e os que dormiam. Recebia xingamentos, empurrões, baldes de água.

Certa noite, cheguei em casa com hematoma no olho e nariz sangrando. Levaram-me correndo para o hospital. Minha esposa injuriada, olhar de desaprovação, cuidou-me com afinco. Disse mais tarde, que passara a noite a orar por minha segurança e saúde. Podem pensar de que nada serviu tanta oração. Afirmo-os que, naquele dia, escapei da morte e consciente nunca mais voltei a beber em demasia, ou sem limite.

Por me prolongar mais que o devido. Encerro aqui nossa proza. Comprometo-me a retornar e a continuar de onde parei.

Deixo-os com a grande lição aprendida à duras penas: Nada podem fazer por nós os amigos de luz, se não abrirmos o coração para Deus e aceitarmos sua presença em nossas vidas.

Até breve.

Gregório
19.08.12


Fonte: CACEF - Casa de Caridade, Esperança e Fé.

sábado, 25 de agosto de 2012

FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL




O que somos? Do que somos feitos? Para onde vamos? São perguntas feitas frequetemente e todas têm a mesma resposta: Fluido Cósmico Universal (FCU).

“A substância etérea, mais ou menos rarefeita, que se difunde pelos espaços interplanetários; esse fluido cósmico que enche o mundo, mais ou menos rarefeito, nas regiões imensas, opulentas de aglomerações de estrelas; mais ou menos condensado onde o céu astral ainda não brilha; mais ou menos modificado por diversas combinações, de acordo com as localidades da extensão, nada mais é do que a substância primitiva onde residem as forças universais, donde a Natureza há tirado todas as coisas.” (Gênese).

Questão 79 do L.E. “... Os Espíritos são individualizações do princípio inteligente, como os corpos são individualizações do princípio material.”.

Tudo que existe pode ser dividido em três partes: Deus, Espírito e Matéria.

O Fluido é emanado diretamente de Deus (matéria elementar primitiva), quando ele está nesse estado chamado de eterização, é imponderável, ou seja, não pode ser medido ou pesado, pois é muito sutil. Depois disso, ela passa por varias modificações, se tornando mais ou menos condensada, passando ao estado de materialização.

Não pode ser Espírito, pois não tem o princípio inteligente.

A matéria nada mais é do que o FCU condensado. Se a matéria é feita de átomos, e os átomos nada mais são do que energia condensada, podemos então entender que o FCU também é energia.

As colônias espirituais são formadas de matéria extra-fisica, uma matéria mais sutil, o FCU está presente nela também, só que menos condensado. Não podemos ver essa matéria extra-fisica e nem senti-la, pois está em uma vibração diferente da matéria no plano físico.

“O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma...” (Gênese).

Não existe espaço vazio, nadamos em um mar de fluido. Ele está até mesmo no lugar mais escondido e isolado do universo.

Voltando as perguntas iniciais. O que somos? Somos espíritos estagiando na matéria que é a individualização do Fluido Cósmico Universal.

Do que somos feitos? Toda a matéria existente é formada pelo Fluido Cósmico Universal.

Para onde vamos? O corpo “Tendo por elemento primitivo o fluido cósmico etéreo, à matéria tangível há de ser possível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás impalpável.” (Gênese). Ou seja, o Fluido que nos foi “emprestado” voltará para sua origem, o universo, em estado de eterização, e o Espírito retorna ao plano espiritual. “E o pó volte a terra, como o era, e o Espírito volte a Deus, que o deu.” (Eclesiastes 12, 7).



Fonte: Espiritismo na Rede

MENSAGEM DO DIA


ZILDA GAMA



Zilda Gama foi uma das mais celebradas médiuns do Brasil.

Nasceu em 11 de março de 1878, em Três Ilhas, Município de Juiz de Fora - MG, e desencarnou em 10 de janeiro de 1969, no Rio de Janeiro - RJ.


Zilda Gama viveu quase 91 anos, tornando-se paradigma para todos os que encaram a mediunidade como sacerdócio lídimo e autêntico.


Incontestavelmente, os grandes medianeiros que têm servido de ponte entre os mundos material e espiritual, no trabalho meritório de descortinar novos horizontes para a conturbada humanidade terrena, foram missionários, podendo-se mesmo afiançar que na constelação dos médiuns que brilharam na Terra, prodigalizando aos homens novos conhecimentos e preparando o terreno para a implantação da verdade, Zilda Gama brilhou de modo fulgurante, cabendo-lhe uma posição das mais proeminentes.


Ainda jovem, com apenas 24 anos, ficou órfã dos pais, tendo que assumir a direção da casa, cuidando de cinco irmãos menores e posteriormente de outros cinco sobrinhos órfãos.


Foi professora e diretora de escola, sendo agraciada em concursos promovidos pela Secretaria de Educação de Minas Gerais.


Em 1931, quando no Brasil houve intenso movimento em prol dos direitos femininos, Zilda Gama foi autora da tese sobre o voto feminino, no Congresso. Essa tese foi aprovada oficialmente.


Escreveu contos e poesias para vários jornais, destacando-se o "Jornal do Brasil", a "Gazeta de Notícias" e a "Revista da Semana", todos da antiga capital federal.


Ainda jovem, Zilda Gama começou a perceber a presença dos Espíritos. Recebeu mediunicamente mensagens de seu pai e de sua irmã, já desencarnados, que a aconselhavam e a consolavam nos momentos de provações difíceis pelos quais estava passando.


Em 1912 recebeu interessante mensagem assinada por Allan Kardec. Após essa manifestação, o Codificador propiciou-lhe outros ensinamentos, os quais foram impressos no livro "Diário dos Invisíveis", publicado em 1929.


Em 1916 os Benfeitores informaram-lhe que passaria a psicografar uma novela, fato que a deixou bastante perplexa. O Espírito Victor Hugo passou, então a escrever por seu intermédio. Dentro de pouco tempo, a primeira obra "Na Sombra e na Luz" estava completa. Posteriormente, sob a tutela do mesmo Espírito, vieram os livros "Do Calvário ao Infinito", "Redenção", "Dor Suprema" e "Almas Crucificadas", todas publicadas pela FEB.


Os livros mediúnicos de Zilda Gama fizeram época na literatura espírita, além de terem o mérito de suavizar muitas dores e estancar muitas lágrimas. Foi a pioneira, no Brasil, a receber tão vasta literatura do mundo espiritual.


Outras publicações foram produzidas pela sua mediunidade: "Solar de Apolo", "Na Seara Bendita", "Na Cruzada do Mestre" e "Elegias Douradas".


Didata por excelência, organizou os seguintes livros: "O Livro das Crianças", "Os Garotinhos", "O Manual das Professoras" e "O Pensamento".


Não obstante as grandes lutas morais que teve que sustentar, Zilda Gama se constituiu na orientadora de muitas criaturas.


Em 1959, após sofrer derrame cerebral, viveu numa cadeira de rodas, assistida pelo sobrinho Mário Ângelo de Pinho, que lhe fazia companhia.


Zilda Gama, alma de escol, dedicou toda sua longa existência ao propósito de difundir no Brasil a Consoladora Doutrina dos Espíritos.



Extraído do site: espiritismogi.com.br

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

MENSAGEM DO DIA


MENSAGEM DO DIA


A VIDA DO ESPÍRITO



Tomemos a alma ao sair deste mundo e vejamos o que se passa depois dessa transmigração. Extinguindo-se as forças vitais, o Espírito se desprende do corpo no momento em que cessa a vida orgânica; a separação, porém, não é brusca e instantânea. Começa, algumas vezes, antes da cessação da vida; não é sempre completa no instante da morte.

Demonstramos que entre o espírito e o corpo há um laço semimaterial que constitui um primeiro invólucro; ele não se rompe subitamente, e, enquanto subsiste, o Espírito fica num estado de perturbação, que pode ser comparado ao que sucede ao despertar; muitas vezes, mesmo, ele duvida da morte; sente que existe e não compreende que possa viver sem o corpo, de que se vê separado; os laços que o unem à matéria o tornam, mesmo, acessível a certas sensações físicas; dizia um deles que sentia os vermes lhe roerem o corpo.

O Espírito só se reconhece, depois de completamente livre: até aí ele não conhece perfeitamente a sua situação. A duração deste estado de perturbação é variável; pode ser de algumas horas ou de muitos anos, mas é raro que, ao fim de alguns dias, ele não se reconheça, mais ou menos bem.

Não falamos senão das almas chegadas já a certo grau de adiantamento moral, porque, entre os selvagens, a vida espiritual não é suficientemente ativa para que eles se identifiquem com a nova situação. Faz-se que estes Espíritos reencarnem muito rapidamente, a fim de apressar o momento em que gozando de seu inteiro livre-arbítrio, tornar-se-ão os únicos senhores de seus destinos.


Do mesmo modo para muitos Espíritos das nações civilizadas, a morte produz tal alteração, que eles acham tudo estranho, e é preciso certo tempo para que se familiarizem com a nova maneira de perceber as coisas.

É solene o momento em que um deles vê cessar a sua escravidão pela ruptura do laço que o retém ao corpo. À entrada no mundo dos Espíritos ele é acolhido por amigos que o recebem, como de volta de penosa viagem. Encontra os mortos amados, cuja perda lhe tinha sido cruciante pesar, e se a travessia foi feliz, se o tempo de exílio foi empregado de forma proveitosa, é por eles felicitado pelo combate corajosamente sustentado. Aos pais juntam-se os amigos que ele conheceu outrora e todos, felizes e radiantes, voam no éter infinito. Começa, então, verdadeiramente, para ele uma nova existência. - O invólucro fluídico do Espírito constitui uma espécie de corpo de forma definida, limitada e análoga à nossa. Vimos pelo estudo dos turbilhões de Helmholtz, como se poderia conceber este estado, mas este corpo não tem absolutamente os nossos órgãos e não pode sentir todas as nossas impressões.

Na Terra, a visão, a audição, o tato dependem de instrumentos cuja grosseria não nos permite sentir as vibrações, em número infinito, que se estendem além dos limites de nossas fracas percepções; mas estas vibrações existem e, para o ser que as pode captar e lhes compreender a linguagem, devem elas ter uma voz mais penetrante que o majestoso murmúrio do Oceano e as queixas misteriosas do vento através das florestas.

O Espírito sente tudo o que percebemos: a luz, o som, os odores, e estas sensações não são menos reais, por nada terem de material; elas possuem, mesmo, algo de mais claro, de mais preciso, de mais sutil, porque chegam à alma sem intermediário, sem passar, como entre nós, pela série dos sentidos, que as esmaecem.

A faculdade de perceber é inerente ao espírito; é um atributo dos seres; as sensações lhe chegam de toda parte e não de certas partes determinadas. Um deles dizia, falando da vista: é uma faculdade do Espírito e não do corpo; vedes pelos olhos, mas não é o corpo que vê, é o Espírito.

Pela conformação de nossos órgãos, temos necessidade de certos veículos para nossas sensações; é assim que nos é preciso a luz para refletir os objetos, o ar para nos transmitir os sons; esses veículos se tornam inúteis, desde que não possuímos os intermediários que os exigiam. O Espírito vê, pois, sem o socorro da luz, ouve sem necessidade das vibrações do ar. Não há, por isso, escuridão para eles. Temos, assim, a chave das notáveis propriedades dos sonâmbulos lúcidos, que veem e ouvem muito além do alcance dos sentidos materiais. É que a alma, desprendida, goza de parte das prerrogativas que possui em estado de desencarnação.

Mas, as sensações perpétuas e indefinidas, por mais agradáveis que sejam, tornam-se fatigantes, por fim, se a elas não nos podemos subtrair. Tem a alma à faculdade de suspendê-las; ela pode, à vontade, deixar de ver, ouvir, sentir, ou só sentir, ouvir e ver o que quer. Essa faculdade está em razão da superioridade do ser, porque há coisas que os Espíritos inferiores não podem evitar o que lhes toma a situação penosa.

É isto o que o Espírito, a princípio, não percebe. Os atrasados não compreendem, mesmo, nada, tal como entre nós os ignorantes, que veem e se movem sem saber como.

Essa inaptidão para compreender o que lhes está acima do entendimento, unida à jactância, companheira ordinária da ignorância, é a causa das teorias absurdas que apresentam certos Espíritos, e que a nós próprios induziriam em erro se aceitássemos sem controle e sem assegurar-nos pelos meios fornecidos pela experiência e pelo hábito de conversar com eles, do grau de confiança que merecem.


Há sensações que têm, origem no próprio estado de nossos órgãos; ora, as necessidades inerentes ao nosso corpo não podem existir desde que esteja destruído o nosso invólucro carnal. O Espírito não experimenta, pois, nem a fadiga, nem a necessidade de repouso, nem a da nutrição, porque não há nenhum dispêndio a reparar; as enfermidades não o afligem. Se, algumas vezes, os médiuns veem Espíritos corcundas ou coxos, é porque eles tomam essa forma para se fazerem melhor reconhecidos pelas pessoas com quem se relacionam na Terra.

As necessidades do corpo acarretam deveres sociais que não têm razão de ser para os Espíritos; assim as preocupações dos negócios, as mil inquietações a que nos expõe a necessidade de ganhar a vida, a procura das quimeras que nos lisonjeiam a vaidade, os tormentos que criamos por superfluidades, não mais existem para eles. Sorriem de pena, vendo o trabalho a que nos entregamos, para adquirir riquezas vãs ou ridículas frioleiras.

É preciso, porém, certo grau de elevação para contemplar as coisas dessa altura. Os Espíritos vulgares interessam-se, principalmente, em nossas lutas materiais e nelas tomam parte, como podem, e incitam-nos para o bem ou para o mal, conforme sua natureza boa ou perversa.

Os Espíritos inferiores sofrem, mas as angústias não deixam de serem menos dolorosas, por nada terem de físicas. Eles têm todas as paixões, todos os desejos que os atenazavam em vida, e é seu castigo o não poder satisfazê-los. É para eles uma verdadeira tortura, que acreditam perpétuas, porque a própria inferioridade não lhes permite ver-lhe o termo, o que é ainda um castigo.

A palavra articulada é também uma necessidade da nossa organização; os Espíritos não precisam de sons que lhes vão ferir os ouvidos; compreendem-se pela transmissão do pensamento, como acontece, aqui, nos compreendermos pelo olhar. Os espíritos podem, entretanto, produzir certos ruídos; sabemos que eles são capazes de agir sobre a matéria, e esta nos transmite o som; é assim que eles fazem ouvir pancadas ou gritos, e às vezes, cantos no vazio do espaço. Trataremos de tudo o que se refere as manifestações na quinta parte.

Enquanto arrastamos penosamente nosso corpo material, na terra, rastejando presos ao solo, os Espíritos, vaporosos, etéreos, transportam-se sem fadiga de um lugar a outro, transpõem incomensuráveis espaços, com a rapidez do pensamento, e penetram em toda a parte, sem encontrar obstáculos.

O Espírito vê tudo o que vemos e mais claramente; percebe aquilo que os nossos limitados sentidos não o permitem, e, penetrando na matéria, descobre o que ela oculta à nossa vista.


Os Espíritos não são seres vagos, indefinidos, como aprouve afigurá-los até agora, mas individualidades reais, determinadas, circunscritas, que gozam de nossas faculdades e de muitas outras que nos são desconhecidas, porque inerentes à natureza deles.

Eles têm as qualidades da matéria que lhes é própria e formam a população desse universo invisível que nos comprime, nos rodeia, nos acotovela, sem cessar. Suponhamos, um instante, que o véu material que os oculta à nossa vista se levanta; veríamos uma multidão de seres a Cercar-nos, a se agitarem em torno de nós, a contemplar-nos, como o faríamos se, por acaso, nos achássemos em uma reunião de cegos. Para os Espíritos, somos tomados de cegueira e eles são os videntes.

Dissemos que o Espírito ao entrar em sua nova vida, leva algum tempo para reconhecer-se, que tudo é estranho e desconhecido para ele. Perguntar-se,-á, sem dúvida, como pode ser assim se ele já teve outras existências corporais; estas passagens sobre a Terra foram separadas por intervalos no mundo dos Espíritos e, enfim, uma vez que o espaço é sua verdadeira pátria, o Espírito não deve encontrar-se como exilado. Várias causas tendem a tornar novas para ele essas percepções, apesar de já as ter experimentado.

A morte, já o dissemos, é seguida sempre de um instante de perturbação, mas que pode ser de duração curta. Dissipada essa turvação, as ideias se elucidam pouco a pouco, e com elas a lembrança do passado, que só gradualmente volta à memória. Só quando o Espírito está inteiramente desmaterializado é que se desenrolam diante de si as suas vidas anteriores, como uma perspectiva, ao sair lentamente do nevoeiro que a envolvia. Somente, então, se lembra ele da última existência; depois, o panorama de suas passagens sobre a Terra e as voltas ao Espaço se lhes desvelam diante dos olhos. Ele vê os progressos que fez e os que lhe faltam fazer, e assim nasce o desejo de reencarnar, a fim de chegar mais depressa aos mundos felizes que entrevê.


Gabriel Delanne
Do livro “O Espiritismo perante a Ciência”, de Gabriel Delanne.