Eternidade

Eternidade

domingo, 28 de novembro de 2010

MENSAGEM FRATERNA



Esta existência terrena se assemelha a uma viagem...
A primeira estação, a do embarque, é a mesma para todos, e se chama: Nascimento.
Quanto tempo durará essa viagem, qual a duração de uma vida, quem o saberá...?
Da mesma forma que bela, breve é a vida...
A última estação, a do desembarque, é a mesma para todos, e se chama: Eternidade...
O ingresso na Eternidade é um ato solitário...
Os jornais do mundo continuarão repletos de notícias, carros continuarão a cruzar avenidas e estradas, mas, para aqueles que adentra a Eternidade, já não terão a menor importância...
Desta existência terrena levaremos apenas aquilo que trazemos no coração.
Todo o resto não nos pertence de fato, sendo nos confiado por um breve intervalo de tempo...
Na hora da morte, teremos plena consciência do real valor de cada ato que praticamos...
Colhemos aquilo que plantamos, ações tem consequências...
O corpo físico se assemelha a uma gaiola, e a alma, a uma ave que nela habita.
Existe a matéria...e existe o espírito...
A matéria é limitada pelas leis do tempo e do espaço, pelo visível pelo findável, pelo finito...
O espírito pertence a um mundo sem fronteiras ou limitações, um mundo onde as aparências se desmancham , e as essências reveladas...
Durante um breve lapso de tempo, espírito e matéria dividem o mesmo palco, findo tal prazo, cada qual segue seu rumo...
O corpo material, o necessário abrigo do espírito, recolhe-se ao pó...enquanto que o espírito segue sua jornada pelos mundos invisíveis, eternos, celestiais.Purificar o coração, lapidar a alma, ser solidário, generoso, atento, desperto de modo a estar apto a deixar o palco da vida terrena, quando a hora final chegar, com a sensação de dever cumprido, com uma consciência tranquila...
Pense nisso!
Paz e Luz em seu coração!

- autoria desconhecida -

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Perispírito



 O Perispírito
(Rodrigo Felix da Cruz)

 

Venho por meio deste singelo ensaio tratar de um excitante tema do Espiritismo, o Perispírito, tema tão pouco comentado em nossas casas espíritas, porém de suma importância para a compreensão dos fenômenos do mundo espiritual. Infelizmente, devido a falta de estudos sobre o tema em questão, muitas polêmicas surgem em nosso meio dando espaço a conceitos espiritualistas que não passam pelo crivo da razão tampouco pela Codificação de Kardec.
A intenção deste ensaio não é criar novos conceitos sobre o assunto, mas analisar com base na Codificação o conceito de Perispírito e comentar sobre as principais polêmicas em torno desse tema. Para iniciar nosso estudo gostaria de apresentar uma metáfora: O espírito e a matéria são os tijolos e o perispírito é a massa que o construtor precisa para levantar a parede. Sem tal massa não há como se unir os tijolos.

1.DEFINIÇÃO
Perispírito é o nome dado por Allan Kardec ao elo de ligação entre o Espírito e o corpo físico. Quando o Espírito está desencarnado, é o perispírito que lhe serve como meio de manifestação. O Apóstolo Paulo o chamava de corpo espiritual (I Coríntios, XV,44). Trata-se do invólucro semi-material do Espírito. Nos encarnados, serve de laço intermediário entre o Espírito e a matéria e nos Espíritos desencarnados constitui o corpo fluídico do Espírito. (Kardec, s. d. p., p. 374).

135. Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo?
“Há o laço que liga a alma ao corpo.”

a) - De que natureza é esse laço?
“Semimaterial, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois se possam comunicar um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.”

O homem é, portanto, formado de três partes essenciais:
1º - o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º - a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;
3º - o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tais, num fruto, o gérmen, o perisperma e a casca. (L.E.)

O Espírito é envolvido por uma substância que é sutil para os encarnados, mas ainda bastante grosseira para os desencarnados; suficientemente sutil, entretanto, para que ele possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser. Como a semente de um fruto é envolvida pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório que, por comparação, se pode chamar Perispírito. (Kardec, 1995, pergunta 93).

O Perispírito é o Princípio intermediário entre a matéria e o Espírito, cuja finalidade é tríplice: — manter indestrutível e intacta a individualidade; — servir de substrato ao corpo físico, durante encarnação ; — constituir o laço de união entre o Espírito e o corpo físico, para a transmissão recíproca das sensações de um e das ordens do outro. (Freire, 1992, p. 29 e 30)

Segundo o Espírito Emmanuel, Perispírito é o “campo eletro-magnético, em circuito fechado, composto de gases rarefeitos” (gases que se desfazem ou diminuem de intensidade).

2.DENOMINAÇÕES DO PERISPÍRITO
Ao longo da História a o perispírito recebeu várias denominações: nas eras primitivas, Corpo-Sombra; para os indianos, Liga Sharira; no antigo Egito, Ká; para a Teosofia, Corpo Astral; segundo Paulo de Tarso, Corpo Celeste; para a Filosofia do Século XIX, Mediador Plástico; e, finalmente para o Espiritismo, é o Perispírito.

O perispírito ou corpo espiritual foi reconhecido pela Igreja desde os primeiros tempos (Tertuliano, Basílio, Cirilo de Jerusalém, Evódio (bispo de Uzala), Agostinho).

3.ORIGEM DO PERISPÍRITO
A origem do perispírito está no fluido universal cósmico. O ponto de partida do fluido universal é a pureza absoluta, da qual a ciência por enquanto não conseguiu demonstrar; o ponto oposto é a sua transformação em matéria tangível, adquirindo diversos graus de condensação. O perispírito é uma dessas transformações, mas sob a forma de matéria quintessenciada, ou seja, não perceptível aos olhos carnais. Assim, o perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. O corpo carnal também tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. (Kardec, 1975, cap. XIV, item 7).

94. De onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial?
“Do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.”
a) - Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm ao nosso meio, tomam um perispírito mais grosseiro?
“É necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos.” O Livro dos Espíritos

186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”
a) - Parece resultar daí que, entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há linha divisória perfeitamente demarcada; não?
“Semelhante demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer.”
187. A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?
“Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se, porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago.”O Livro dos Espíritos

10. - A camada de fluidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos puras, do que as camadas superiores. Não são homogêneos esses fluidos; são uma mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais necessariamente se encontram. as moléculas elementares que lhes formam a base, porém mais ou menos alteradas. Os efeitos que esses fluidos produzem estarão na razão da soma das partes puras que eles encerram. Tal, por comparação, o álcool retificado, ou misturado, em diferentes proporções, com água ou outras substâncias: seu peso específico aumenta, por efeito dessa mistura, ao mesmo tempo que sua força e sua inflamabilidade diminuem, embora no todo continue a haver álcool puro.

Os Espíritos chamados a viver naquele meio tiram dele seus perispíritos; porém, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna. O Espírito produz aí, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo químico que atrai a si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.

Resulta disso este fato capital: a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal, que, como foi demonstrado, se forma dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade do Espírito. Por isso, em todos, são os mesmos os efeitos que o corpo produz, semelhantes as necessidades, ao passo que diferem em tudo o que respeita ao perispírito.

Também resulta que: o envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio; que os Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo.A Gênese, Capítulo XIV

56. Ele tem a forma humana e, quando nos aparece, é geralmente com a que revestia o Espírito na condição de encarnado. Daí se poderia supor que o perispírito, separado de todas as partes do corpo, se modela, de certa maneira, por este e lhe conserva o tipo; entretanto, não parece que seja assim. Com pequenas diferenças quanto às particularidades e exceção feita das modificações orgânicas exigidas pelo meio em o qual o ser tem que viver, a forma humana se nos depara entre os habitantes de todos os globos. Pelo menos, é o que dizem os Espíritos. Essa igualmente a forma de todos os Espíritos não encarnados, que só têm o perispírito; a com que, em todos os tempos, se representaram os anjos, ou Espíritos puros. Devemos concluir de tudo isto que a forma humana é a forma tipo de todos os seres humanos, seja qual for o grau de evolução em que se achem. Mas a matéria sutil do perispírito não possui a tenacidade, nem a rigidez da matéria compacta do corpo; é, se assim nos podemos exprimir, flexível e expansível, donde resulta que a forma que toma, conquanto decalcada na do corpo, não é absoluta, amolga-se à vontade do Espírito, que lhe pode dar a aparência que entenda, ao passo que o invólucro sólido lhe oferece invencível resistência.

Livre desse obstáculo que o comprimia, o perispírito se dilata ou contrai, se transforma: presta-se, numa palavra, a todas as metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua. Por efeito dessa propriedade do seu envoltório fluídico, é que o Espírito que quer dar-se a conhecer pode, em sendo necessário, tomar a aparência exata que tinha quando vivo, até mesmo com os acidentes corporais que possam constituir sinais para o reconhecerem. (L.E.)

4.NATUREZA E CONSTITUIÇÃO DO PERISPÍRITO
A natureza do perispírito está sempre ligada ao grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade de um mundo para o outro. Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores, e, até, encarnar neles. Quando o Espírito encarna em um globo, ele extrai do fluido cósmico desse globo os elementos necessários para a formação do seu perispírito. Assim, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna. Assim, a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados e desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal, que se forma dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou inferioridade do Espírito.
Em termos científicos, o perispírito é formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, também é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.

Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.

Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução. (Emmanuel 1952).

Especialistas calculam que os experimentos dos próximos dez anos conseguirão finalmente isolar partículas da matéria escura (anti-matéria) e desvendar o maior mistério do universo.
http://nationalgeographic.abril.com.br/reportagens/zoom/galaxia_0302_02.html

Se as propriedades da matéria escura (ou anti-matéria forem compatíveis com a Natureza do Perispírito, a ciência ao conseguir meios para desvendar a matéria escura acabará desvendando o perispírito.

5.FUNÇÕES DO PERISPÍRITO
Quando o Espírito está encarnado, o perispírito serve como elo de ligação entre o Espírito e o corpo. Desencarnado, o perispírito faz o papel de corpo com o qual o Espírito se manifesta.

284. Como podem os Espíritos, não tendo corpo, comprovar suas individualidades e distinguir-se dos outros seres espirituais que os rodeiam?
“Comprovam suas individualidades pelo perispírito, que os torna distinguíveis uns dos outros, como faz o corpo entre os homens.”(L.E.)

Em qualquer caso, é através do perispírito que o Espírito, ser imaterial, recebe as sensações do ambiente ou nele atua.

Durante a vida, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do perispírito, que constitui, provavelmente, o que se chama fluido nervoso. Uma vez morto, o corpo nada mais sente, por já não haver nele Espírito, nem perispírito. Este, desprendido do corpo, experimenta a sensação, porém, como já não lhe chega por um conduto limitado, ela se lhe torna geral. Ora, não sendo o perispírito, realmente, mais do que simples agente de transmissão, pois que no Espírito é que está a consciência, lógico será deduzir-se que, se pudesse existir perispírito sem Espírito, aquele nada sentiria, exatamente como um corpo que morreu. Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse perispírito, seria inacessível a toda e qualquer sensação dolorosa. É o que se dá com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que quanto mais eles se purificam, tanto mais etérea se torna a essência do perispírito, donde se segue que a influência material diminui à medida que o Espírito progride, isto é, à medida que o próprio perispírito se torna menos grosseiro.

Parte da questão 257 de O Livro dos Espíritos, Ensaio teórico da sensação nos Espíritos

Ainda na questão 257, Allan Kardec nos explica que, quando encarnados, percebemos o mundo através de nossos sentidos, que estão circunscritos em alguns órgãos: a visão pelos olhos, a audição pelos ouvidos, o tato pela pele e assim por diante. Os Espíritos ainda apegados à matéria, ao desencarnarem, continuam percebendo o plano espiritual pelos órgãos do perispírito, não por necessidade, mas por condicionamento. À medida em que evoluem, podem perceber tudo ao redor de si por todo o seu perispírito, sem precisarem de um órgão, e pelo mesmo motivo podem ver e ouvir a qualquer distância ou ler os pensamentos, conforme a sua vontade.

O perispírito é ainda a chave para a compreensão dos fenômenos mediúnicos, especialmente os chamados de efeitos físicos, como os de materializações (quando o perispírito dos mortos pode tornar-se visível ou tangível), de bicorporeidade (quando um indivíduo encarnado parece estar em dois lugares ao mesmo tempo), de transporte de objetos, de transfiguração (um médium toma a aparência do espírito que se comunica) e de curas. (veremos mais adiante).

O perispírito também não se acha encerrado nos limites do corpo, como numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele é expan-sível, irradia para o exterior e forma em torno do corpo uma atmosfera que o pensamento e a força de vontade podem dilatar com maior ou menor intensi-dade. A Ciência comprova isso através de fotografias se utilizando da máquina Kirlian.

Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica a dos fluidos do mundo espiritual, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embe-be de um líquido. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este a seu turno, re-age sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físi-cas; não é outra a causa de certas en-fermidades.

Em virtude de sua natureza etérea, o Espírito propriamente dito, não pode atuar sobre a matéria grosseira, sem intermediário, isto é, sem o elemento que o ligue à matéria. Esse intermediá-rio, que é o perispírito, é o princípio de todas as manifestações espíritas e aní-micas, pois possibilita ao Espírito atuar sobre a matéria.

O perispírito é o intermediário pelo qual se processa a transferência dos fluidos, da energia, nos processos de curas e passes espirituais.

5.1.ORGANIZADOR BIOLÓGICO
O perispírito é o molde fluídico, a "idéia diretriz" , o "esqueleto astral" ou o "modelo organizador biológico" do corpo carnal.

Sabemos que o Espírito acompanhado de seu perispírito começa a se ligar ao corpo físico do reencarnante desde o começo da vida embrionária. Como esboço fluídico que é, o Perispírito vai orientando a divisão celular, ou seja, a sua união com o princípio vito-material do germe. Como campo eletromagnético que é, pode, por isso, ser comparado ao campo do ímã, quando orienta a disposição da limalha de ferro. (Lex, 1993, p. 49 a 54).

O organismo fluídico, caracterizado por seus elementos imutáveis, é o assimilador das forças protoplásmicas, o mantenedor da aglutinação molecular que organiza as configurações típicas de cada espécie, incorporando-se, átomo por átomo, à matéria do germe e dirigindo-a, segundo a sua natureza particular.[71 - página 130] - Emmanuel – 1938

O corpo espiritual, à feição de protoforma humana, diante das reações do sistema nervoso, eleito para sede dos instintos superiores, com a faculdade de arquivar reflexos condicionados.
Atingindo a maioridade moral pelo raciocínio, cabe a nós aprimorar as manifestações do nosso perispírito e enriquecer-lhe os atributos, porque todos os nossos sentimentos e pensamentos, palavras e obras, nele se refletem, gerando conseqüências felizes ou infelizes, pelas quais entramos na intimidade da luz ou da sombra, da alegria ou do sofrimento.Emmanuel (21 de Julho de 1958)

A elevação dos sentimentos, a pureza da vida, os nobres impulsos para o bem e para o ideal, as provações e os sofrimentos pacientemente suportados, depuram pouco a pouco as moléculas perispiríticas, desenvolvem e multiplicam as suas vibrações. Como uma ação química, eles consomem as partículas grosseiras e só deixam subsistir as mais sutis, as mais delicadas.
Esse segundo invólucro da alma, ou perispírito, existe, pois, durante a vida corpórea; é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe e pelo qual transmite sua vontade ao exterior e atua sobre os órgãos do corpo.

Para nos servirmos de uma comparação material, diremos que é o fio elétrico condutor, que serve para a recepção e a transmissão do pensamento; é, em suma, esse agente misterioso, imperceptível, conhecido pelo nome de fluido nervoso, que desempenha tão grande papel na economia orgânica e que ainda não se leva muito em conta nos fenômenos fisiológicos e patológicos.

Tomando em consideração apenas o elemento material ponderável, a Medicina, na apreciação dos fatos, se priva de uma causa incessante de ação. Não cabe, aqui, porém, o exame desta questão. Somente faremos notar que no conhecimento do perispírito está a chave de inúmeros problemas até hoje insolúveis.

O perispírito não constitui uma dessas hipóteses de que a ciência costuma valer-se, para a explicação de um fato. Sua existência não foi apenas revelada pelos Espíritos, resulta de observações, como teremos ocasião de demonstrar. Por ora e por não nos anteciparmos, no tocante aos fatos que havemos de relatar, limitar-nos-emos a dizer que, quer durante a sua união com o corpo, quer depois de separar-se deste, a alma nunca está desligada do seu perispírito.

O perispírito é indestrutível como a própria alma. Nem os milhões de graus de calor dos sóis, nem os frios do espaço infinito têm ação sobre esse corpo incorruptível e espiritual. Somente a Vontade o pode modificar, não porém, mudando-lhe a substância, mas expurgando-a dos fluidos grosseiros de que se satura no começo de sua evolução. É o transmissor de nossas impressões, sensações e lembranças.

5.2.INTERMEDIÁRIO ENTRE O CORPO E O ESPÍRITO
O Perispírito é órgão transmissor, funcionando como um transformador elétrico, no qual a corrente entra com certa voltagem e sai com voltagem diferente. O corpo recebe a impressão, o Perispírito a transmite e o Espírito, sensível e inteligente, a recebe, analisa e incorpora. Mas podemos ter um trajeto inverso. Quando há iniciativa que vem do Espírito, como ordem para o corpo executar, o Perispírito a transmite para o sistema nervoso, que a define como um impulso motor. Essa ordem vai, através dos nervos motores, aos músculos, que se contraem, obedecendo à ordem recebida. Surgem, assim, os movimentos: locomoção, fala, gestos da mímica, canto, salto etc. Alguns movimentos são automáticos, como os da respiração, do bombeamento do sangue pelo coração e, mais profundamente inconscientes, as contrações peristálticas do intestino. Também, nesse caso, a atuação do Perispírito é inegável. (Lex, 1993, p. 57 a 61)

Visibilidade - Por meio de uma espécie de condensação, o perispírito, normalmente invisível, pode se tornar perceptível à visão humana.

Tangibilidade - O perispírito pode chegar a adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível, porém, conserva a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.

Transfiguração - Admite-se que o espírito pode dar a seu perispírito toda a aparência que desejar, através de uma mudança no aspecto geral da fisionomia ou de uma aparência luminosa. Isso pode acontecer com o perispírito tanto de uma pessoa desencarnada como de uma encarnada, não isolada do corpo, mas se irradiando ao redor do corpo de maneira a envolvê-lo como um vapor, podendo mudar de aspecto se esta for a vontade de seu espírito. Um outro espírito que esteja desencarnado, combinando seu fluido com o de um que já esteja encarnado, pode substituir a aparência deste.

Bi-corporeidade - O espírito de uma pessoa encarnada recobra parte de sua liberdade isolando-se parcialmente do corpo. Seu perispírito, ao adquirir momentaneamente a tangibilidade, aparece em outro local, tornando-se presente fisicamente em dois lugares ao mesmo tempo e se mostrando com todas as aparências da realidade. Nesse estado, o corpo físico jamais estará normal, mas de uma forma mais ou menos estática.

Penetrabilidade- Matéria alguma lhe opõe obstáculo, pois atravessa todas, como a luz faz com corpos transparentes.

Transporte e materialização de objetos

13ª Como trazes o objeto? Será segurando-o com as mãos?
"Não; envolvo-o em mim mesmo."

NOTA DE ERASTO. A resposta não explica de modo claro a operação. Ele não envolve o objeto com a sua própria personalidade; mas, como o seu fluido pessoal é dilatável, combina uma parte desse fluido com o fluido animalizado do médium e é nesta combinação que oculta e transporta o objeto que escolheu para transportar. Ele, pois, não exprime com justeza o fato, dizendo que envolve em si o objeto.

14ª Trazes com a mesma facilidade um objeto de peso considerável, de 50 quilos por exemplo?
"O peso nada é para nós. Trazemos flores, porque agrada mais do que um volume pesado."
NOTA DE ERASTO. É exato. Pode trazer objetos de cem ou duzentos quilos, por isso que a gravidade, existente para vós, é anulada para os Espíritos. Mas, ainda aqui, ele não percebe bem o que se passa, A massa dos fluidos combinados é proporcional à dos objetos. Numa palavra, a força deve estar em proporção com a resistência; donde se segue que, se o Espírito apenas traz uma flor ou um objeto leve, é muitas vezes porque não encontra no médium, ou em si mesmo, os elementos necessários para um esforço mais considerável.

18ª Como conseguiste outro dia introduzir aqueles objetos, estando fechado o aposento?
"Fi-los entrar comigo, envoltos, por assim dizer, na minha substância. Nada mais posso dizer, por não ser explicável o fato."

19ª Como fizeste para tornar visíveis estes objetos que, um momento antes, eram invisíveis?
"Tirei a matéria que os envolvia."

NOTA DE ERASTO. O que os envolve não é matéria propriamente dita, mas um fluido tirado, metade, do perispírito do médium e, metade, do Espírito que opera.

20ª (A Erasto) Pode um objeto ser trazido a um lugar inteiramente fechado?
Numa palavra: pode o Espírito espiritualizar um objeto material, de maneira que se torne capaz de penetrar a matéria?
"É complexa esta questão. O Espírito pode tornar invisíveis, porém, não penetráveis, os objetos que ele transporte; não pode quebrar a agregação da matéria, porque seria a destruição do objeto. Tornando este invisível, o Espírito o pode transportar quando queira e não o libertar senão no momento oportuno, para fazê-lo aparecer. De modo diverso se passam as coisas, com relação aos que compomos. Como nestes só introduzimos os elementos da matéria, como esses elementos são essencialmente penetráveis e, ainda, como nós mesmos penetramos e atravessamos os corpos mais condensados, com a mesma facilidade com que os raios sol ares atravessam uma placa de vidro, podemos perfeitamente dizer que introduzimos o objeto num lugar que esteja hermeticamente fechado, mas isso somente neste caso.

Itens da questão 99 de O Livro dos Médiuns

Materialização de Espíritos
105. Por sua natureza e em seu estado normal, o perispírito é invisível e tem isto de comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir, sem que, entretanto, jamais os tenhamos visto. Mas, também, do mesmo modo que alguns desses fluidos, pode ele sofrer modificações que o tornem perceptível à vista, quer por meio de uma espécie de condensação, quer por meio de uma mudança na disposição de suas moléculas. Aparece-nos então sob uma forma vaporosa.

A condensação (preciso é que não se tome esta palavra na sua significação literal; empregamo-la apenas por falta de outra e a título de comparação), a condensação, dizemos, pode ser tal que o perispírito adquira as propriedades de um corpo sólido e tangível, conservando, porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível. Podemos apreender esse efeito, atentando no vapor, que passa do de invisibilidade ao estado brumoso, depois ao estado líquido, em seguida ao sólido e vice-versa.

Esses diferentes estados do perispírito resultam da vontade do Espírito e não de uma causa física exterior, como se dá com os nossos gases. Quando o Espírito nos aparece, é que pôs o seu perispírito no estado próprio a torná-lo visível. Mas, para isso, não basta a sua vontade, porquanto a modificação do perispírito se opera mediante sua combinação com o fluido peculiar ao médium. Ora, esta combinação nem sempre é possível, o que explica não ser generalizada a visibilidade dos Espíritos. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se; não basta tão pouco que uma pessoa queira vêlo; é necessário que os dois fluidos possam combinar-se, que entre eles haja uma espécie de afinidade e também, porventura, que a emissão do fluido da pessoa seja suficientemente abundante para operar a transformação do perispírito e, provavelmente, que se verifiquem ainda outras condições que desconhecemos. E necessário, enfim, que o Espírito tenha a permissão de se fazer visível a tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido, ou só o é em certas circunstâncias, por motivos que não podemos apreciar.

O Livro dos Médiuns

Bicorporeidade
119. ...Isolado do corpo, o Espírito de um vivo pode, como o de um morto, mostrar-se com todas as aparências da realidade. Demais, pelas mesmas causas que temos exposto, pode adquirir momentânea tangibilidade. Este fenômeno, conhecido pelo nome de bicorporeidade, foi que deu início às histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar.

O Livro dos Médiuns

Transfiguração
123. A transfiguração, em certos casos, pode originar-se de uma simples contração muscular, capaz de dar à fisionomia expressão muito diferente da habitual, ao ponto de tornar quase irreconhecível a pessoa. Temo-lo observado freqüentemente com alguns sonâmbulos; mas, nesse caso, a transformação não é radical. Uma mulher poderá parecer jovem ou velha, bela ou feia, mas será sempre uma mulher e, sobretudo, seu peso não aumentará, nem diminuirá. No fenômeno com que nos ocupamos, há mais alguma coisa. A teoria do perispírito nos vai esclarecer.

Está, em princípio, admitido que o Espírito pode dar ao seu perispírito todas as aparências; que, mediante uma modificação na disposição molecular, pode dar-lhe a visibilidade, a tangibilidade e, conseguintemente, a opacidade; que o perispírito de uma pessoa viva, isolado do corpo, é passível das mesmas transformações; que essa mudança de estado se opera pela combinação dos fluidos. Figuremos agora o perispírito de uma pessoa viva, não isolado, mas irradiando-se em volta do corpo, de maneira a envolvê-lo numa espécie de vapor. Nesse estado, passível se torna das mesmas modificações de que o seria, se o corpo estivesse separado. Perdendo ele a sua transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível, ficar velado, como se mergulhado numa bruma. Poderá então o perispírito mudar de aspecto, fazer-se brilhante, se tal for a vontade do Espírito e se este dispuser de poder para tanto. Um outro Espírito, combinando seus fluidos com os do primeiro, poderá, a essa combinação de fluidos, imprimir a aparência que lhe é própria, de tal sorte, que o corpo real desapareça sob o envoltório fluídico exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito. Esta parece ser a verdadeira causa do estranho fenômeno e raro, cumpra se diga, da transfiguração.

Quanto à diferença de peso, explica-se da mesma maneira por que se explica com relação aos corpos inertes. O peso intrínseco do corpo não variou, pois que não aumentou nele a quantidade de matéria. Sofreu, porém, a influência de um agente exterior, que lhe pode aumentar ou diminuir o peso relativo, conforme explicamos nas questões 78 e seguintes. Provável é, portanto, que, se a transformação se produzir, tomando a pessoa o aspecto de uma criança, o peso diminua proporcionalmente.

O Livro dos Médiuns
5.3.ATUAÇÃO NAS COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS
As bilocações dos Espíritos são os fatos marcantes que atestam o desprendimento do Perispírito. Kardec, em Obras Póstumas, diz: "Fica, pois, demonstrado que uma pessoa viva pode aparecer simultaneamente em dois pontos diferentes; num, com o corpo real; em outro, com o Perispírito condensado, momentaneamente, sob a aparência de suas formas materiais". (Lex, 1993, p. 62 a 74)

Em todo o ato mediúnico, o Espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se do seu corpo espiritual, atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque vibratório semelhante a um brando choque elétrico reage o perispírito do médium.

Emancipação - Ela acontece através do sono e do desdobramento mediúnico.

Os Passes
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.

Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os fluidos são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os fluidos maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.

Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais. Parte da questão 18 de A Gênese, capítulo XIV


6.OS CENTROS DE FORÇA
Os “poros perispiríticos” são chamados no movimento espírita de “chacras” ou “centros de força”, sendo um total de sete. As pessoa costumam fazer muito confusão sobre eles que na verdade são órgão do perispírito. Assim como o corpo possui órgãos, o perispírito também os possui.

São eles:

- Coronário: situado no topo da cabeça, voltado para cima como uma coroa, está associado com o cérebro e o sistema nervoso. Liga-se também com a glândula pineal e é bastante usado para absorver os fluidos;

- Frontal: situa-se no meio da testa, entre as sobrancelhas. É o chamado terceiro olho, terceira visão e está estreitamente ligado à vontade, ao animismo, à clarividência, clariaudiência;

- Laringo: na região da garganta. Atua no processo de comunicação das pessoas, controla a garganta o pescoço, os braços e as mãos e liga-se à glândula tireóide;

- Cardio: vitaliza o coração os pulmões, plexo cardíaco e sistema circulatório. Influi na emotividade da pessoa;

- Esplênico: encontra-se na área do baço, sua função é selecionar e distribuir as energias vitalizadoras pelos órgãos do corpo;

- Umbilico: na região umbilical, ligado ao pâncreas, intestino, estômago e fígado;

- Esplênico (Sexo): entre o ânus e os órgão sexuais, recebe as energias através dos chacras plantares (na sola dos pés).

Os comentários sobre estes “centros” estão em obras acessórias, escritas, por exemplo, pelo espírito André Luiz.

O Perispírito rege a vida física, dinamizando a energia vital aglutinada no chamado duplo etérico, através de seus centros de força. Como estes se projetam no duplo etérico , de natureza mais próxima à do corpo material, refletindo-se neste, torna-se possível sua detecção por instrumentação física (Câmera de Kirlian).

O perispírito, assinala KARDEC, "é o princípio de todas as manifestações."

7.MAIS TEXTOS EXTRAÍDOS DA CODIFICAÇÃO SOBRE O PERISPÍRITO

31. - Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.
32. - São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade Entre os dois pólos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.

33. - A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:

1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;

2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;

3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, no mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.

34. - É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional. No entanto, em épocas diversas e no seio de quase todos os povos, surgiram indivíduos que a possuíam em grau eminente. Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja autenticidade não sofre contestação. Uma vez que as curas desse gênero assentam num princípio natural e que o poder de operá-las não constitui privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da Natureza e que só são miraculosas na aparência.A Gênese, capítulo XIV

95. O invólucro semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?
“Tem a forma que o Espírito queira. É assim que este vos aparece algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível, mesmo palpável.”
(O Livro dos Espíritos - q. 95 - obra codificada por Allan Kardec)

141. Há alguma coisa de verdadeiro na opinião dos que pretendem que a alma é exterior ao corpo e o circunvolve?
“A alma não se acha encerrada no corpo, qual pássaro numa gaiola. Irradia e se manifesta exteriormente, como a luz através de um globo de vidro, ou como o som em torno de um centro de sonoridade. Neste sentido se pode dizer que ela é exterior, sem que por isso constitua o envoltório do corpo. A alma tem dois invólucros. Um, sutil e leve: é o primeiro, ao qual chamas perispírito, outro, grosseiro, material e pesado, o corpo. A alma é o centro de todos os envoltórios, como o gérmen em um núcleo, já o temos dito.”
(O Livro dos Espíritos - q. 141 - obra codificada por Allan Kardec)

420. Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos?
“O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente.”
(O Livro dos Espíritos - q. 420 - obra codificada por Allan Kardec)

4. A existência da alma e a de Deus, conseqüência uma da outra, constituindo a base de todo o edifício, antes de travarmos qualquer discussão espírita, importa indaguemos se o nosso interlocutor admite essa base. Se a estas questões:

Credes em Deus? Credes que tendes uma alma?

Credes na sobrevivência da alma após a morte?

Responder negativamente, ou, mesmo, se disser simplesmente: Não sei; desejara que assim fosse, mas não tenho a certeza disso, o que, quase sempre, eqüivale a uma negação polida, disfarçada sob uma forma menos categórica, para não chocar bruscamente o a que ele chama preconceitos respeitáveis, tão inútil seria ir além, como querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admitisse a existência da luz. Porque, em suma, as manifestações espíritas não são mais do que efeitos das propriedades da alma. Com semelhante interlocutor, se se não quiser perder tempo, ter-se- á que seguir muito diversa ordem de idéias. Admitida que seja a base, não como simples probabilidade, mas como coisa averiguada, incontestável, dela muito naturalmente decorrerá a existência dos Espíritos.
O Livro dos Médiuns - 1a parte, cap. I, item 4 - obra codificada por Allan Kardec

7. Se a crença nos Espíritos e nas suas manifestações representasse uma concepção singular, fosse produto de um sistema, poderia, com visos de razão, merecer a suspeita de ilusória. Digam-nos, porém, por que com ela deparamos tão vivaz entre todos os povos, antigos e modernos, e nos livros santos de todas as religiões conhecidas? E, respondem os críticos, porque, desde todos os tempos, o homem teve o gosto do maravilhoso. - Mas, que entendeis por maravilhoso? - O que é sobrenatural. - Que entendeis por sobrenatural? - O que é contrário às leis da Natureza. - Conheceis, porventura, tão bem essas leis, que possais marcar limite ao poder de Deus? Pois bem! Provai então que a existência dos Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da Natureza; que não é, nem pode ser uma destas leis. Acompanhai a Doutrina Espírita e vede se todos os elos, ligados uniformemente à cadeia, não apresentam todos os caracteres de uma lei admirável, que resolve tudo o que as filosofias até agora não puderam resolver.

O pensamento é um dos atributos do Espírito; a possibilidade, que eles têm, de atuar sobre a matéria, de nos impressionar os sentidos e, por conseguinte, de nos transmitir seus pensamentos, resulta, se assim nos podemos exprimir, da constituição fisiológica que lhes é própria. Logo, nada há de sobrenatural neste fato, nem de maravilhoso. Tornar um homem a viver depois de morto e bem morto, reunirem-se seus membros dispersos para lhe formarem de novo o corpo, sim, seria maravilhoso, sobrenatural, fantástico. Haveria aí uma verdadeira derrogação da lei, o que somente por um milagre poderia Deus praticar. Coisa alguma, porém, de semelhante há na Doutrina Espírita.
O Livro dos Médiuns - 1a parte, cap. II, item 7 - obra codificada por Allan Kardec


56. Ele tem a forma humana e, quando nos aparece, é geralmente com a que revestia o Espírito na condição de encarnado. Daí se poderia supor que o perispírito, separado de todas as partes do corpo, se modela, de certa maneira, por este e lhe conserva o tipo; entretanto, não parece que seja assim. Com pequenas diferenças quanto às particularidades e exceção feita das modificações orgânicas exigidas pelo meio em o qual o ser tem que viver, a forma humana se nos depara entre os habitantes de todos os globos. Pelo menos, é o que dizem os Espíritos. Essa igualmente a forma de todos os Espíritos não encarnados, que só têm o perispírito; a com que, em todos os tempos, se representaram os anjos, ou Espíritos puros. Devemos concluir de tudo isto que a forma humana é a forma tipo de todos os seres humanos, seja qual for o grau de evolução em que se achem. Mas a matéria sutil do perispírito não possui a tenacidade, nem a rigidez da matéria compacta do corpo; é, se assim nos podemos exprimir, flexível e expansível, donde resulta que a forma que toma, conquanto decalcada na do corpo, não é absoluta, amolga-se à vontade do Espírito, que lhe pode dar a aparência que entenda, ao passo que o invólucro sólido lhe oferece invencível resistência.

Livre desse obstáculo que o comprimia, o perispírito se dilata ou contrai, se transforma: presta-se, numa palavra, a todas as metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua. Por efeito dessa propriedade do seu envoltório fluídico, é que o Espírito que quer dar-se a conhecer pode, em sendo necessário, tomar a aparência exata que tinha quando vivo, até mesmo com os acidentes corporais que possam constituir sinais para o reconhecerem.

Os Espíritos, portanto, são, como se vê, seres semelhantes a nós, constituindo, ao nosso derredor, toda urna população, invisível no estado normal. Dizemos - no estado normal, porque, conforme veremos, essa invisibilidade nada tem de absoluta.
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. I, item 56 - obra codificada por Allan Kardec

IX. Será com os seus próprios membros, de certo modo solidificados, que os Espíritos levantam a mesa?

"Esta resposta ainda não te levará até onde desejas. Quando, sob as vossas mãos, uma mesa se move, o Espírito haure no fluido universal o que é necessário para lhe dar uma vida factícia. Assim preparada a mesa, o Espírito a atrai e move sob a influência do fluido que de si mesmo desprende, por efeito da sua vontade. Quando quer pôr em movimento uma massa por demais pesada para suas forças, chama em seu auxílio outros Espíritos, cujas condições sejam idênticas às suas. Em virtude da sua natureza etérea, o Espírito, propriamente dito, não pode atuar sobre a matéria grosseira, sem intermediário, isto é, sem o elemento que o liga à matéria. Esse elemento, que constitui o que chamais perispírito, vos faculta a chave de todos os fenômenos espíritas de ordem material. Julgo ter-me explicado muito claramente, para ser compreendido."

NOTA. Chamamos a atenção para a seguinte frase, primeira da resposta acima: Esta resposta AINDA te não levará até onde desejas.
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. IV, item 74 – q. IX - obra codificada por Allan Kardec

21ª Como pode o Espírito fazer-se visível?
"O princípio é o mesmo de todas as manifestações, reside nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, ao sabor do Espírito."
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. VI, item 100 – q. 21 - obra codificada por Allan Kardec

109. O perispírito, como se vê, é o princípio de todas as manifestações. O conhecimento dele foi a chave da explicação de uma imensidade de fenômenos e permitiu que a ciência espírita desse largo passo, fazendo-a enveredar por nova senda, tirando-lhe todo o cunho de maravilhosa. Dos próprios Espíritos, porquanto notai bem que foram eles que nos ensinaram o caminho, tivemos a explicação da ação do Espírito sobre a matéria, do movimento dos corpos inertes, dos ruídos e das aparições. Aí encontraremos ainda a de muitos outros fenômenos que examinaremos antes de passarmos ao estudo das comunicações propriamente ditas. Tanto melhor as compreenderemos, quanto mais conhecedores nos acharmos das causas primárias. Quem haja compreendido bem aquele princípio, facilmente, por si mesmo, o aplicará aos diversos fatos que se lhe possam oferecer à observação.
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. VI, item 109 - obra codificada por Allan Kardec

114. Estes dois fenômenos são variedades do das manifestações visuais e, por multo maravilhosos que pareçam à primeira vista, facilmente se reconhecerá, pela explicação que deles se pode dar, que não estão fora da ordem dos fenômenos naturais. Assentam ambos no princípio de que tudo o que ficou dito, das propriedades do perispírito após a morte, se aplica ao perispírito dos vivos. Sabemos que durante o sono o Espírito readquire parte da sua liberdade, isto é, isola-se do corpo e é nesse estado que, em muitas ocasiões, se tem ensejo de observá-lo. Mas, o Espírito, quer o homem esteja vivo, quer morto, traz sempre o envoltório semimaterial que, pelas mesmas causas de que já tratamos, pode tornar-se visível e tangível. Há fatos muito positivos, que nenhuma dúvida permitem a tal respeito. Citaremos apenas alguns exemplos, de que temos conhecimento pessoal e cuja exatidão podemos garantir, sendo que a todos é possível registrar outros análogos, consultando suas próprias reminiscências.
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. VII, item 114 - obra codificada por Allan Kardec

17. - O Espiritismo ensina de que maneira se opera a união do Espírito com o corpo, na encarnação. Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre unia modificação especial. Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um ser abstrato, do Espírito, um ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento. Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível, conforme se dá com todos os fluidos imponderáveis, que são, como se sabe, os mais poderosos motores. O fluido perispirítico constitui, pois, o traço de união entre o Espírito e a matéria. Enquanto aquele se acha unido ao corpo, serve-lhe ele de veículo ao pensamento, para transmitir o movimento às diversas partes do organismo, as quais atuam sob a impulsão da sua vontade e para fazer que repercutam no Espírito as sensações que os agentes exteriores produzam. Servem-lhe de fios condutores os nervos como, no telégrafo, ao fluido elétrico serve de condutor o fio metálico.
A Gênese - Encarnação dos Espíritos- cap. XI item 17- obra codificada por Allan Kardec

18. - Sendo apenas Espíritos encarnados, os homens têm uma parcela da vida espiritual, visto que vivem dessa vida tanto quanto da vida corporal; primeiramente, durante o sono e, muitas vezes, no estado de vigília. O Espírito, encarnado, conserva, com as qualidades que lhe são próprias, o seu perispírito que, como se sabe, não fica circunscrito pelo corpo, mas irradia ao seu derredor e o envolve como que de uma atmosfera fluídica.

Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados.

O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.

Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio.

Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.

Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.
Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais.
A Gênese - Qualidades dos fluidos- cap. XIV item 18- obra codificada por Allan Kardec

39. - Podendo o Espírito operar transformações na contextura do seu envoltório perispirítico e irradiando-se esse envoltório em torno do corpo qual atmosfera fluídica, pode produzir-se na superfície mesma do corpo um fenômeno análogo ao das aparições. Pode a imagem real do corpo apagar-se mais ou menos completamente, sob a camada fluídica, e assumir outra aparência; ou, então, vistos através da camada fluídica modificada, os traços primitivos podem tomar outra expressão. Se, saindo do terra-a-terra, o Espírito encarnado se identifica com as coisas do mundo espiritual, pode a expressão de um semblante feio tornar-se bela, radiosa e até luminosa; se, ao contrário, o Espírito é presa de paixões más, um semblante belo pode tomar um aspecto horrendo.
Assim se operam as transfigurações, que refletem sempre qualidades e sentimentos predominantes no Espírito. O fenômeno resulta, portanto, de uma transformação fluídica; é uma espécie de aparição perispirítica, que se produz sobre o próprio corpo do vivo e, algumas vezes, no momento da morte, em lugar de se produzir ao longe, como nas aparições propriamente ditas. O que distingue as aparições desse gênero é o serem, geralmente, perceptíveis por todos os assistentes e com os olhos do corpo, precisamente por se basearem na matéria carnal visível, ao passo que, nas aparições puramente fluídicas, não há matéria tangível. ([1])
A Gênese - Qualidades dos fluidos- cap. XIV item 39 - obra codificada por Allan Kardec

11. O perispírito não está encerrado nos limites do corpo como numa caixa. Devido à sua natureza fluídica ele se expande; ele se irradia e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera que o pensamento e a força de vontade podem alargar mais ou menos. De onde se conclui que pessoas que não estão em comunicação corporal podem comunicar-se pelo perispírito e transmitir, sem o saberem, as suas impressões, e às vezes até mesmo a intuição de seus pensamentos.
Obras Póstumas - Perispírito, princípio das manifestações – item 11 – pág. 17 – LAKE – 1a edição – 1975 - (autoria de Allan Kardec).

Como procede um magnetizador ordinário? Suponhamos que queira agir, por exemplo, sobre um braço. Concentra sua atenção sobre esse membro e, por um simples movimento dos dedos, executado à distância e em todos os sentidos, agindo absolutamente como se o contato da mão fosse real, dirige uma corrente fluídica sobre o ponto desejado. O Espírito não age diversamente. Sua ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e deste ao corpo material. O estado de sonambulismo facilita consideravelmente essa ação graças ao desprendimento do perispírito, que melhor se identifica com a natureza fluídica do Espírito, e sofre, então, a influência magnética espiritual, elevada ao seu maior poder.
Revista Espírita (Jornal de Estudos Psicológicos publicado sobre a direção de Allan Kardec), Ano VIII, Setembro de 1865, pág. 258 - EDICEL.

8.POLÊMICAS SOBRE O TEMA ESTUDADO.

Nesta seção vamos primeiramente ler a íntegra de alguns textos publicados na Internet sobre perispíritos e depois os comentaremos de forma o mais sucinta possível.

8.1 texto 1

A memória do Espírito fica no perispírito?

José Henrique Baldin
Alguns livros espíritas, sejam eles de autores encarnados ou de autores desencarnados cometem erros doutrinários, por isso nós espíritas devemos saber discernir os bons livros dos maus livros, independente de qual seja o autor, o espírito, o médium, etc.
Para que nós não assimilemos conceitos equivocados como corretos é imprescindível o estudo regular das obras básicas do Espiritismo, que são: Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e o Inferno, Livro dos Médiuns, A Gênese. Ainda possuímos da Revista Espírita que Allan Kardec escreveu de 1858 a 1869, Obras Póstumas e a Bíblia. Se algum conceito estiver em contradição com as Obras básicas devemos deixar de lado este conceito e ficar com o conceito das Obras Básicas, temos que analisar os outros livros espíritas com a razão e não com o coração. As vezes aceitamos todos os conceitos que vem através destas obras, só porque veio de tal espírito(que julgamos superior) ou de um médium(que julgamos infalível). Conforme Kardec nos orientou não existe na face na Terra nenhum médium perfeito e nos alertou para o cuidado na analise do que é transmitido por um espírito.

Um dos conceitos equivocados de alguns livros espíritas é que a memória do Espírito fica no perispírito. O perispírito é apenas o veiculo de manifestação do espírito, ou seja o corpo espiritual. Assim como o corpo humano que não pensa, não raciocina, e que as memórias e o patrimônio intelectual adquirido nas várias existências corpóreas do espírito não estão no corpo físico, da mesma maneira ocorre com o perispírito que é apenas um corpo de manifestação do espírito no mundo espiritual, mais etéreo do que o corpo físico, mais ainda um corpo revestido de matéria.
Quando o espírito sai deste mundo para ir a outro mundo ele precisa destruir o corpo perispiritual deste mundo e constituir um novo perispírito no mundo em que irá habitar. Isso porque o espírito constrói o perispírito de acordo com os fluídos existentes de cada planeta. E cada planeta não é exatamente igual fluidicamente a outro, porque cada mundo está numa faixa de evolução diferente por causa dos seus habitantes que também estão em diferentes graus de evolução espiritual. Se a memória ficasse no perispírito, quando o espírito destruiria o perispírito para reconstruir um outro no novo planeta, a memória se perderia.

O que a Doutrina Espírita nos diz é que: o pensamento, a vontade, as memórias(lembranças), os conhecimentos adquiridos, a moral estão no próprio espírito, e o perispírito apenas reflete o pensamento do espírito. Todos os espíritos possuirão eternamente um perispírito, mesmo os espíritos puros, pois como foi dito o perispírito é a forma de manifestação do espírito no mundo dos espíritos. Mesmo que um espírito seja perfeito, ou seja, puro, ele possuirá um perispírito que será muito mais etéreo do que de um espírito que ainda não chegou perfeição.
E-mail: jhbaldin@terra.com.br

Tem razão o autor quando postula que vários autores cometem erros e que devemos estudar as obras básicas do Espiritismo para poder identificar esses erros doutrinários. Também está com a razão ao dizer que a memória do espírito não fica arquivada no perispírito, pois na questão 257 do Livro dos Espíritos fica claro que o perispírito tem a função de condutor de sensações do exterior para o espírito, exercendo assim o mesmo que os neurônios fazem no corpo humano, transmitindo informações para o cérebro. Assim, nessa relação a função do perispírito é semelhante a função neurônios e a função do espírito é semelhante a função do cérebro.
Ora, na definição de Kardec “o espírito é o princípio inteligente” e “o perispírito é o agente do espírito” , logo as informações não ficam registradas no perispírito, mas sim no espírito que é o principio inteligente. Como dizia Kardec “não podemos tomar a causa pelo efeito”.
Também está certo o autor ao afirmar que o espírito destrói o perispírito para reconstruí-lo para poder viver em outros planetas. As questões 94,186 e 187 do Livro dos Espíritos respondem claramente esse ponto: “passando de um mundo a outro, o espírito muda de envoltório como muda de roupa”, “operando-se porém essa mudança com a rapidez do relâmpago”.

8.2 texto 2
O Perispírito ou Corpo Astral, segundo Geley Prospero Musso De La Consciência

Perispírito tem na Doutrina Espírita uma importância capital, constitui o princípio intermediário entre a matéria e o Espírito, o meio de união entre a Alma e o corpo, as condições necessárias para as relações entre o Moral e o físico.

É composto á quinta essência dos elementos combinados das relações anteriores. Evoluciona e progride com a Alma e tanto mais sutil é e tanto menos material, quanto mais elevado e perfeito é o indivíduo.

O Perispírito assegura a conservação da individualidade, fixa os progressos já conseguidos, sintetiza, numa palavra, o avanço do estado do ser. Serve de molécula, de molde orgânico para toda nova encarnação, condensando-se no embrião; agrupa em uma ordem dada, moléculas materiais e assegura o desenvolvimento normal do organismo. Sem o Perispírito, o resultado da fecundação não seria mais que um tumor informe.

O Dr. Gustavo Geley, diz: O Perispírito assegura também a sustentação do corpo e suas reparações em idêntica ordem durante a perpétua renovação das células. Sabe-se que o corpo se transforma por completo no espaço de alguns meses.

Sem a força misteriosa do Perispírito a personalidade do ser variaria constantemente em cada uma destas mudanças.

O Perispírito não está estreitamente aprisionado ao corpo do encarnado; irradia mais ou menos fora dele, segundo sua pureza. Esta irradiação constitui o que se chama aura. Inclusive, pode às vezes, mesmo em pouca proporção, separar-se momentaneamente do encarnado ao qual só permanece ligado por ligeiro fluido.

Neste estado de desencarnação relativa, o ser pode tomar conhecimento de fatos ocorridos longe dele e demonstrar que possui faculdade anormal.

Se o Perispírito leva moléculas materiais consigo, em grande número, poderá agir a grande distância e também exercer certa influência sobre a vista ou os outros sentidos das pessoas que encontre em seu caminho; neste caso representa exatamente o que se chama em termo espiritista, o duplo exato do seu corpo.

O Dr. Geley, diz: A Alma. Esta síntese compreende numerosos elementos que podem agrupar-se nas categorias
1.°) elementos adquiridos em encarnações anteriores;
2.°) elementos adquiridos na encarnação atual.
No primeiro caso, são as recordações das personalidades passadas e o conhecimento de todos os fatos importantes das existências sucessivas.
Esses elementos não estão na consciência normal; esquecidos na aparência, são conservados integralmente pelo Perispírito. A consciência total, isto é, o produto dos progressos realizados desde o começo da evolução.

A Alma : é a parte essencial da individualidade, a que constitui seu verdadeiro grau de avanço e aperfeiçoamento ; é o eu real, que a personalidade atual oculta mais ou menos. Toda nova encarnação a dissimula momentaneamente, pelos elementos que leva consigo.

Da herança : A herança é dupla, física e psíquica.
A herança física é evidente e muito importante, visto que dela depende, em parte, o bom estado do instrumento orgânico (dos Pais). A herança intelectual e moral, quase sempre ausente (em absoluto).

Pelo que precede, vê-se claramente que a consciência normal de um ser encarnado não constitui toda sua individualidade pensante. De acordo com as teorias da ciência, a doutrina espírita, admite que a síntese psíquica é muito mais extensa.
A Alma compreenderia uma parte consciente e outra inconsciente, ou melhor, subconsciente ; esta última é, sem duvida, a mais importante.

Com efeito, admitindo a teoria das existências múltiplas, a parte subconsciente da Alma compreenderia uma série infinita de recordações veladas momentaneamente, mas gravadas no Perispírito.
A parte subconsciente compreenderia : a consciência total, o eu real, produto de todos os progressos passados, e muito superior em todos os seres, avançados do que o seu eu aparente.

Nesse texto o autor tomar o efeito pela causa, pois conforme o que comentamos sobre o texto 1, o perispírito exerce o papel de agende e não o papel de princípio inteligente que é o próprio espírito. Do texto 2 tirando o que está ruim, o resto fica bom.
Faltou ao autor um estudo mais atento as obras básicas, ou quem sabe, há uma velada intenção de inserir conceitos espiritualistas no meio espírita. Se não houve essa intenção, pelo menos essa é a conseqüência (inclusão de conceitos espiritualistas).

8.3 texto 3

PERISPÍRITO,
A GRANDE POLÊMICA
Aquela clássica definição de Kardec?
Ou um conjunto de Corpos Sutis?
Ou apenas o Corpo Astral?


© Francisco de Carvalho
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Na metade do século 19, na França, no auge da era racionalista, Allan Kardec, o célebre codificador do Espiritismo, criou o neologismo Perispírito - literalmente traduzido como "o que envolve o espírito" - para explicar-nos o envoltório fluídico do espírito que serve de ligação entre este, o espírito, e o corpo físico.

No entanto, há milênios, conceituados e tradicionais ensinamentos ocultistas (orientais) nos informam que a ligação entre o espírito e o corpo físico é feita através de vários corpos sutis interligados, dos quais os mais conhecidos (e importantes para este nosso estudo) são os corpos etérico, astral, mental e causal.

Como é óbvio, existe uma justificada e até mesmo calorosa polêmica causada pela clara e frontal divergência entre aqueles dois conceitos de Perispírito. Porém, como se isto não bastasse, ainda colocaram mais lenha nessa fogueira, haja vista que muitos espíritas (e não espíritas) criaram e adotaram amplamente um novo (e terceiro) conceito para Perispírito, como veremos adiante.
Nesta aparentemente complicada história, quem está certo? Quem está errado? Por que? Isto é o que analisaremos agora, evidentemente dentro das humanas imperfeições deste autor.

Primeira Parte
= A POLÊMICA KARDEC X OCULTISMO =
SURPRESA!
Na análise que fiz da maneira mais holística, universalista, imparcial e neutra possíveis - em outras palavras, sem "puxar a brasa para nenhuma sardinha" - e também sem querer ser "político" - ou seja, sem procurar agradar a gregos e troianos - a minha conclusão é a seguinte:
--- Tanto aquele conceito oriental quanto o de Kardec são adequados!
Isto Não É Possível!
Calma! Eu não disse que, ao pé da letra, ambos são corretos, e sim que, em termos relativos (e principalmente didáticos) ambos são válidos, como veremos a seguir.
ATUALMENTE JÁ PODEMOS CRER,
EMPREGANDO A NOSSA FÉ RACIOCINADA
Entre o espírito que somos e o corpo físico que utilizamos quando e enquanto estamos encarnados aqui na Terra, simultaneamente usamos vários corpos sutis ou extrafísicos, cada um constituído pela matéria que lhe é própria, como veremos adiante, na Quarta Parte.
RECUANDO NO TEMPO,
ANALISEMOS O ESPIRITISMO
NA ÉPOCA EM QUE CHEGOU NA TERRA
Aqui no ocidente, imediatamente antes do advento da Doutrina Espírita, o que conhecíamos de vida após a morte? Muito pouco. Apenas aquilo que as tradicionais e poderosas igrejas de então nos obrigavam a acreditar, apelando para fé cega, "dogmas" e "mistérios divinos", sem nos dar nenhum direito de discordar ou questionar, sempre sob a constante ameaça da "ira divina".
Naquela época, o que sabíamos de mediunidades e paranormalidades? Idem, idem. Neste caso, mesmo com os esporádicos relatos de fatos mediúnicos e paranormais constantes até na Bíblia, aqueles ditatoriais conceitos religiosos nos obrigavam a crer que tais fenômenos extrafísicos eram "bruxaria" e/ou atos demoníacos.
E assim por diante, como bem sabemos.
Em Resumo - Naquela época, estávamos na mais completa ignorância a respeito de quase tudo que extrapolava o mundo material percebido pelos cinco sentidos do nosso corpo físico.
De Repente...
Surgiu entre nós o Espiritismo, capitaneado por Allan Kardec, revelando-nos, de uma só vez, uma maciça e gigantesca dose de revolucionárias "novidades" sobre vida após a morte, mediunidades, interações entre encarnados e desencarnados, etc.
PERGUNTAS AO BOM SENSO
Naquela época - e naquele clima de quase completa ignorância da nossa vida extrafísica e espiritual - poderia Kardec, assessorado por um batalhão de elevados benfeitores desencarnados, descobrir "o véu de Isis" (véu que encobre a verdade) de uma só vez?
Ou, numa segunda opção, prudentemente ele deveria nos fazer todas aquelas "revelações" sempre de maneira muito bem dosada de acordo com a nossa capacidade máxima de compreensão daquelas "novidades"?
Resposta
Sabemos que, em todos os casos desse tipo, a sabedoria didática nos aconselha àquela segunda opção, ou seja, sempre dosar as "revelações" conforme a nossa capacidade de aceitação e assimilação daquelas "novidades". Nem uma grama a mais do que isto! Senão...
Em Outras Palavras
Se Kardec não fizesse todas aquelas "revelações" sempre através dessa maneira sabiamente didática, qual seria o resultado? Seria desastroso porque, sem nenhuma dúvida, o tiro sairia pela culatra, haja vista que aqueles novos e "revolucionários" ensinamentos, em não encontrando (em nós) um campo fértil para assimilação e maturação, seriam (por nós) sumariamente desacreditados e, o pior de tudo, imediatamente descartados.
Lembrete - A respeito dessa nossa compreensível dificuldade para aceitar e assimilar essas "revelações" que estão acima, muito acima do que então está estabelecido e aceito como "verdade", vários mentores espirituais já se manifestaram. Um deles foi Emmanuel, que tanto atuou, por dezenas de anos a fio, através da sublime mediunidade do saudoso e queridíssimo Chico Xavier. Ele, Emmanuel, reconhecido nos meios espírita e espiritualista como um dos nossos mais sábios instrutores espirituais, certa vez confessou que essa tarefa deles (transmitir-nos novos e avançados ensinamentos sobre a nossa vida extrafísica e espiritual que tanto desconhecemos) é missão tão arrojada e difícil quanto, metaforicamente falando, seria esclarecer à feia e primitiva lagarta - que só sabe se arrastar lentamente, sem desconfiar que carrega consigo os germes das próprias asas - que ela em breve será uma belíssima borboleta.
POR ESTE MOTIVO DE ELEVADOS
BOM SENSO, SABEDORIA E DIDÁTICA
Kardec, quando nos trouxe todas aquelas "revelações" - principalmente aquelas que, para nós, naquela época, eram mais difíceis de compreendermos e aceitarmos - ele sempre nos demonstrou aquelas "novidades" de maneira prudente e, sempre que necessário, deliberadamente resumida, parcial ou incompleta.
No Entanto
É óbvio que a expectativa (ou estratégia) dele e dos mentores deles era que, no futuro - quando o terreno estivesse mais fértil e propício - aquelas lições preliminares fossem devidamente aprofundadas e complementadas por seus seguidores e/ou outros pesquisadores e estudiosos imparciais.
POIS É, GENTE!
CREIO QUE ESTE FOI O CASO DO PERISPÍRITO!
Naquela época, repetindo, no meio daquela nossa quase completa ignorância espiritual, quando nem sequer conhecíamos o que era o espírito que somos, se Kardec nos ensinasse toda a verdade, nua e crua, sobre os nossos corpos extrafísicos - ou seja, que nós temos e utilizamos, além do corpo físico, um corpo etérico, mais um corpo astral, mais um corpo mental, mais um corpo causal, etc. - é evidente que nós não conseguiríamos acreditar em nada daquilo, e aqueles avançados ensinamentos seriam imediatamente ridicularizados e descartados por nós.
Assim Sendo
Kardec, sabiamente, resumiu todos os nossos corpos sutis naquilo que ele didaticamente, apenas didaticamente, chamou de Perispírito.
Mas, Repetindo
Ele lançou aquela base primária (ou semente de conhecimento) dos nossos corpos sutis - a máxima luz espiritual que foi possível nos dar, naquela época, a este respeito - para que, no futuro, discípulos seus e/ou outros estudiosos terminassem aquele serviço, ou seja, aprofundassem e complementassem aqueles ensinamentos preliminares.
CURIOSIDADE
Comprovando que, ainda hoje, no início do terceiro milênio, cada um de nós tem sua própria limitação para compreender e aceitar "revelações" espirituais, atualmente o próprio meio espírita se divide quanto àquela definição de Perispírito feita por Kardec:
Os Espíritas Liberais
Compreendem o sábio motivo daquele indispensável artifício didático de Kardec, e compreendem que Perispírito representa, resumidamente, o conjunto de nossos corpos sutis.
Mas Os Espíritas Ortodoxos
Nem querem ouvir falar desta tal história de corpos sutis, e intransigentemente só aceitam, literalmente, aquela conceituação de Kardec para Perispírito, sem admitir suprimir nem acrescentar sequer uma única vírgula.
Segunda Parte
= A VERSÃO 3 DO PERISPÍRITO =
ATUALMENTE
Tanto no meio espírita quando fora dele - e até mesmo no espiritualismo universalista - é muito usual o emprego do termo Perispírito, mas não conforme aquela definição de Kardec, e nem de acordo com o milenar conceito ocultista de conjunto de corpos sutis.

QUAL É ESTA TERCEIRA VERSÃO?
Desta vez o termo Perispírito é largamente empregado como sinônimo de Corpo Astral, o corpo sutil (ou extrafísico) que utilizamos para atuar no Plano Astral quando estamos desencarnados e, quando encarnados, durante o natural desdobramento causado pelo sono do corpo físico.
Comentário - Esta nova e usual conceituação de Perispírito, embora tecnicamente seja incorreta, didaticamente é muito útil porque - principalmente para quem tem dificuldade de compreender "revelações" avançadas - facilita a compreensão das importantes funções do nosso corpo astral nas nossas vidas, tanto quando estamos encarnados quanto desencarnados.
Terceira Parte
= COMENTÁRIO SOBRE ESSAS
TRÊS VERSÕES DE PERISPÍRITO =
É VERDADE!
Parece que, neste caso, mais uma vez "Deus escreveu certo por linhas tortas"...
POR QUE?
Porque cada um de nós, ao aceitar - conforme seja a sua atual capacidade ou "abertura mental" - qualquer uma daquelas três versões de Perispírito, sempre terá um conhecimento (maior ou menor) tanto do nosso corpo astral quanto do plano astral, conhecimento esse que sempre será suficiente para ele entender (com maior ou menor profundidade) importantes fatos e fenômenos da nossa vida extrafísica e espiritual, por exemplo, as inter-relações entre encarnados e desencarnados, a vida após a morte, as mediunidades, etc.
AH, QUE BOM!
Que polêmica boa e útil é esta...
Quarta Parte
= NOSSOS CORPOS SUTIS =
COMENTÁRIO INICIAL
Cada um de nós pode dizer, com justa razão, "o meu corpo físico" ou "o meu corpo etérico" ou "o meu corpo astral", e assim por diante, porque, realmente, todos nós temos e utilizamos esses corpos que existem para nosso usufruto individual.
No Entanto
Não é correto dizer "o meu espírito" porque nem eu nem você nem ninguém temos ou usamos "um espírito", e sim cada um de nos é um espírito.
Em Resumo
Eu sou um espírito. Eu tenho e uso um corpo físico exclusivo. Eu também tenho e uso vários corpos sutis ou extrafísicos, todos personalizados exclusivamente para mim.
Ou Então - Para quem preferir aquela terceira versão de Perispírito, eu sou espírito e tenho um corpo físico e um Perispírito.
Além Disto
O espírito que eu sou é o único imortal dessa turma porque, além do meu corpo físico ser mortal, os meus corpos sutis, embora uns durem mais do que outros, todos eles são mortais.
PARA QUE SERVE NOSSO CORPO FÍSICO?
Para o espírito (que cada um de nós é) poder atuar no plano físico que, tal qual nosso corpo físico, é constituído da mesma matéria física.
PARA QUE SERVEM NOSSOS CORPOS SUTIS?
Eles têm, pelo menos, duas finalidades absolutamente indispensáveis à nossa atuação aqui no planeta Terra. A primeira não é genérica porque somente alguns corpos sutis podem realizá-la. Mas a segunda é regra geral.
A Primeira
É semelhante àquela finalidade do nosso corpo físico, ou seja, podermos atuar - direta e/ou indiretamente, conscientemente ou não, voluntariamente ou não - no plano correspondente a cada corpo sutil.
Observação - Tudo indica que, devido ao nosso atual nível evolutivo, o único plano sutil onde a esmagadora maioria de nós pode atuar plenamente (tal qual fazemos no plano físico, com nosso corpo físico) é o plano astral, no qual todos nós podemos atuar utilizando nosso corpo astral. Adiante veremos mais detalhes sobre isto.
A Outra Finalidade
Conforme a graduação vibratória dos nossos corpos sutis e dos correspondentes planos vibratórios (que veremos adiante) a segunda finalidade dos nossos corpos sutis é, ininterruptamente, fazer e manter o seguinte tipo de ligação, sempre simultânea:
Primeiro Caso - Quando e enquanto estamos encarnados, os nossos corpos sutis estão conectados tanto entre si quanto com nosso corpo físico como com o espírito (que cada um de nós é).
Segundo Caso - Quando e enquanto estamos desencarnados, os nossos corpos sutis só estão ligados entre si e com o espírito (que cada um de nós é) haja vista que, em tal situação, não temos corpo físico.
QUAIS SÃO OS NOSSOS CORPOS SUTIS?
Pelo menos os mais conhecidos (e principais para este nosso estudo) são quatro: Etérico, Astral, Mental e Causal.
Este é um texto de um autor declaradamente espiritualista (ou ocultista) que alega empregar a “fé raciocinada” para dissertar sobre o tema proposto.
O Autor tem razão sobre a ignorância do homem ocidental sobre a existência do plano espiritual até o advento do Espiritismo no século XIX, porém, no oriente, também haviam “dogmas”, “mistérios” e “fanatismo”. Até hoje podemos testemunhar as “guerras santas” dos mulçumanos e as diferenças sangrentas entre os hindus budistas e não-budistas, fora a questão do Tibete. Podemos ainda acrescentar que houve muitas guerras entre os chineses budistas e os japoneses xintoístas. Portanto, o autor utiliza-se de argumento questionável, pois nem o oriente conseguiu demonstrar “fé raciocinada”, pois quem nascia budista, por exemplo, não tinha liberdade para mudar de crença.
O segundo ponto a ser colocado é que o Espiritismo não é simplesmente o emprego de didática e sabedoria, trata-se de uma doutrina com tríplice aspecto: Filosofia, Ciência e Religião. Kardec viveu no auge do Positivismo de Auguste Comte e tinha grandes raízes em Descartes (cartesianismo). Apresentou-nos assim o Espíritismo como meio de evolução (Comté) e que nada há de miraculoso ou maravilhoso no plano espiritual, demonstrou que assim como o plano material é regido pelas leis da física, o plano espiritual é regido pelas propriedades do Fluido Cósmico Universal (matéria básica do universo e que em breve será explicada pela física moderna).
Até aqui podemos observar que a parte filosófica do Espiritismo é concatenada com o saber científico. E para concluir a explanação sobre o tríplice aspecto do Espiritismo, na leitura das obras básica fica patente que a parte religiosa do Espiritismo trás a tona o ensino moral do Evangelho do Cristo que é ímpar entre todos os ensinamentos e personalidades ao longo da História ocidental e oriental.
Trocando em miúdos, o Espiritismo trouxe para a humanidade um sólido alicerce para sua evolução material e moral.
O terceiro ponto a ser discutido é que até o momento tudo o que foi codificado por Kardec foi confirmado mais tarde pela ciência (poderíamos trazer uma extensa lista de exemplos, mais isso tornaria a leitura muito cansativa) e além disso essas descobertas não mostraram nenhuma incoerência ou superficialidade nos conceitos codificados.
De outro lado, o ocultismo (ou espiritualismo) até agora não mostrou evolução, nem mesmo unidade conceitual, pois é semelhante a “terra de ninguém” na qual imperam o relativismo e cada um pensa a bel-prazer. Não trata-se de uma análise de “Espírita Ortodoxo” como diz o autor, mas sim de análise que utiliza a fé raciocinada. Os conceitos espiritualistas de hoje, são os mesmos de milênios atrás e não houve evolução. Do modo que o autor coloca, nos dá a impressão que o ocultismo é atual e tem a função de substituir a doutrina espírita. Na verdade o que ocorre é o inverso, o Espiritismo é a síntese de todo o conhecimento humano (inclusive do espiritualismo) que nos projeta para o futuro.
Kardec era um grande pedagogo francês que tinha uma grande bagagem cultural que conhecia os conceitos ocultista. A codificação nada mais, nada menos foi que uma sistematização dessa bagagem de conhecimento somada aos ensinamentos dos espíritos.
O ponto central dessa análise é mostrar que o autor joga com terminologias ou termos para dizer que pelo fato dos ocultistas terem um sistema que subdivide o perispírito, esse sistema é melhor. Um bom exemplo disso é o conceito de átomo: no início acreditava-se que o átomo era indivisível, depois descobriu-se que o mesmo era subdividido em elétrons, mais adiante em Spins, Quarks, etc. Mas as propriedade e funções do átomos são as mesmas desde a Criação. Outro exemplo: dizer que uma pessoa tem “dor de cabeça” ou “cefaléia” não altera seu tratamento – a ingestão de analgésicos.
Dizer que o perispírito é uno ou subdividido não muda as sua propriedades e mesmo se o autor conseguisse provar sua tese, a parte moral do Espiritismo permaneceria intocada.
Para concluir a análise do texto, gostaria de frisar que Kardec fundamentou bem o conceito de perispírito dentro da lógica cartesiana na qual 1 + 1 é igual a 2. Os ocultistas apenas apresentaram suas idéias, mas não conseguem fundamentá-las. O que falta justamente ao ocultismo pe a aplicação prática dos conhecimentos espirituais, falta o Evangelho na conduta de amor, caridade e desapego aos bens materiais, “daí de graça o que de graça recebestes”. Os espiritualistas defendem que o mediunato é uma profissão como qualquer outra e que merece ser renumerada, o próprio site que publicou o texto do autor cobra pela extração de cópias. Além de não melhorar moralmente as pessoas, o ocultismo isola essas pessoas no prazer egoístico da busca pelo nirvana, ou a união com Deus do panteísmo na qual a nossa individualidade é dissolvida no todo universal. Qual é o proveito de uma árvore carregada de frutos deliciosos no alto de um rochedo que ninguém consegue acessar para experimentar seus frutos?
Jesus disse: “pelos frutos conheceis a árvore”. Não é o conhecimento por si o que importa, mas sim a sua aplicação. Kardec deixou seu bom exemplo.
9.CONCLUSÃO
O conceito de perispírito dado por Kadec é o mais sólido para o nosso grau evolutivo e vem sendo comprovado pela ciência. O Codificador deixou bem claro que se a ciência mostrar novos conceitos ou que os conceitos do espiritismo estão equivocados, o espiritismo se adaptaria pois tem natureza dinâmica.
A equipe espiritual que promoveu a codificação em conjunto com kardec nos deixou a seguinte conclusão:
51. Eis aqui a resposta que, sobre este assunto, deu um Espírito:

"O que uns chamam perispírito não é senão o que outros chamam envoltório material fluídico. Direi, de modo mais lógico, para me fazer compreendido, que esse fluido é a perfectibilidade dos sentidos, a extensão da vista e das idéias. Falo aqui dos Espíritos elevados.

Quanto aos Espíritos inferiores, os fluidos terrestres ainda lhes são de todo inerentes; logo, são, como vedes, matéria. Daí os sofrimentos da fome, do frio, etc., sofrimentos que os Espíritos superiores não podem experimentar, visto que os fluidos terrestres se acham depurados em torno do pensamento, isto é, da alma. Esta, para progredir, necessita sempre de um agente; sem agente, ela nada é, para vós, ou, melhor, não a podeis conceber. O perispírito, para nós outros Espíritos errantes, é o agente por meio do qual nos comunicamos convosco, quer indiretamente, pelo vosso corpo ou pelo vosso perispírito, quer diretamente, pela vossa alma; donde, infinitas modalidades de médiuns e de comunicações.

"Agora o ponto de vista científico, ou seja: a essência mesma do perispírito. Isso é outra questão. Compreendei primeiro moralmente. Resta apenas uma discussão sobre a natureza dos fluidos, coisa por ora inexplicável. A ciência ainda não sabe bastante, porém lá chegará, se quiser caminhar com o Espiritismo. O perispírito pode variar e mudar ao infinito. A alma é a inteligência: não muda de natureza. Não vades mais longe, por este lado; trata-se de um ponto que não pode ser explicado. Supondes que, como vós, também eu não perquiro? Vós pesquisais o perispírito; nós outros, agora, pesquisamos a alma. Esperai, pois." - Lamennais.

Assim, Espíritos, que podemos considerar adiantados, ainda não conseguiram sondar a natureza da alma. Como poderíamos nós fazê-lo? E, portanto, perder tempo querer perscrutar o principio das coisas que, como foi dito em O Livro dos Espíritos (nos 17 e 49), está nos segredos de Deus. Pretender esquadrinhar, com o auxílio do Espiritismo, o que escapa à alçada da humanidade, é desviá-lo do seu verdadeiro objetivo, é fazer como a criança que quisesse saber tanto quanto o velho. Aplique o homem o Espiritismo em aperfeiçoar-se moralmente, eis o essencial. O mais não passa de curiosidade estéril e muitas vezes orgulhosa, cuja satisfação não o faria adiantar um passo. O único meio de nos adiantarmos consiste em nos tornarmos melhores.

Os Espíritos que ditaram o livro que lhes traz o nome demonstraram a sua sabedoria, mantendo-se, pelo que concerne ao princípio das coisas, dentro dos limites que Deus não permite sejam ultrapassados e deixando aos Espíritos sistemáticos e presunçosos a responsabilidade das teorias prematuras e errôneas, mais sedutoras do que sólidas, e que um dia virão a cair, ante a razão, como tantas outras surgidas dos cérebros humanos. Eles, ao justo, só disseram o que era preciso para que o homem compreendesse o futuro que o aguarda e para, por essa maneira, animá-lo à prática do bem. (Vede, aqui, adiante, na 2a parte, o cap. 1o: Da ação dos Espíritos sobre a matéria.)

O Livro dos Médiuns - 1a parte, cap. IV, item 51 - obra codificada por Allan Kardec
Cabe-nos então ir à obras pois a “seara é grande e os os obreiros são poucos”.